São Paulo, terça-feira, 16 de abril de 1996![]() |
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Psicóloga estuda riscos no trabalho
FERNANDO ROSSETTI
Medidas isoladas -como palestras- podem aumentar o "sofrimento mental" dos trabalhadores, em vez de acalmá-los. Essas são algumas das conclusões da tese de doutoramento "Da Possibilidade de Enfrentamento do Risco Ocupacional", defendida pela psicóloga social Débora Glina, 39, na PUC-SP (leia sumário). A pesquisa inova na abordagem do problema dos trabalhadores em situação de risco ao enfatizar a categoria de "representação social" -ou seja, como os trabalhadores pensam o risco que correm. Além de fazer um extenso estudo sobre os males provocados pelo mercúrio metálico, Glina pesquisou duas empresas de São Paulo que usam o material em sua produção -lâmpadas, no caso. Foram feitas 215 entrevistas iniciais na empresa chamada de "Y" e, depois, 30 pessoas foram selecionadas e entrevistadas, em média, por uma hora e meia. A primeira constatação é a grande desinformação sobre os riscos que os funcionários correm em seu trabalho. O mais interessante, no entanto, é como se constrói, no trabalhador, o que está sendo chamado de representação social. Quando o trabalhador ainda não sofreu nenhum dano à saúde, a tendência é ter uma imagem positiva da empresa; quando tem danos, chega a comparar a empresa com um "bicho peludo". As informações chegam a esses trabalhadores de várias formas: palestras, conversas, meios de comunicação, entre outros. Mas, para Glina, a política de segurança, além de transmitir as informações, devem trabalhar a "representação social" construída pelos funcionários. (FR) Texto Anterior: Livro reúne vida e obra de Paulo Freire Índice |
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