São Paulo, terça-feira, 16 de abril de 1996
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Juros sobem no over e recuam no futuro

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

As taxas de juros caíram no mercado futuro e subiram no over.
Enquanto a liquidez comandou a cena no curto prazo -o BC (Banco Central) teve de emprestar recursos a 3,21%-, as expectativas mandaram no futuro. É assim em qualquer país do mundo -começa a ser também no Brasil.
A queda dos juros no mercado futuro reflete as expectativas dos analistas com a possibilidade de troca no comando do BC.
Para eles, na realidade, a atual equipe (com as exceções de praxe) já caiu, só falta escolher a data.
Ainda segundo os analistas, uma nova equipe, e foi o que refletiu o mercado futuro, tenderia a acelerar a queda dos juros.
É óbvio que o mercado tende a sempre forçar para o lado que possibilita os maiores ganhos -no caso, da queda dos juros.
Parte do mercado especula ainda com a possibilidade de novo reforço na chamada âncora cambial, já que a fiscal anda boiando e a monetária, com a queda dos juros, fica mais frouxa.
Mas, faz tempo, nem o Estado nem as empresas suportam mais esses juros cavalares. Basta ver o nível de inadimplência.
Nas Bolsas, um dia de vencimento das opções (compra ou venda antecipada de ações por preços predeterminados).
A paulista fechou em alta de 0,13%, movimentando R$ 807,431 milhões -foram R$ 246,673 milhões nas opções de compra e R$ 86,022 milhões nas de venda.
A opção de Telebrás a R$ 52,00 não deu exercício. O mercado abriu os negócios com 3,7 bilhões de ações (e não de reais) a descoberto. Os "vendidos" (que apostam na baixa) seguraram os preços e a opção, era o esperado, virou pó.
Com o cenário internacional mais favorável (os juros pagos nos títulos norte-americanos de 30 anos despencaram para 6,78%), com a expectativa de que o plenário do Supremo vai derrubar a suspensão da reforma da Previdência e sem a pressão sobre os preços exercida pelos "vendidos", as Bolsas ganham algum fôlego e podem subir.

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