São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996
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PPB 'encena' escolha do seu candidato

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O PPB fará uma encenação em dois atos antes de anunciar o nome do candidato malufista na sucessão paulistana.
Apesar de todos no partido saberem que a escolha será exclusiva do prefeito Paulo Maluf, o partido marcou dois debates entre os pré-candidatos. Alguns dos participantes, segundo o próprio Maluf, estão fora do páreo.

Na próxima segunda-feira, participam do primeiro debate os secretários Reynaldo de Barros (Vias Públicas) e Lair Krahenbuhl (Habitação) e o deputado Ricardo Izar.
O segundo ato da encenação está marcado para o dia 29. É a data reservada para os secretários Roberto Paulo Richter (Planejamento e Saúde), Celso Pitta (Finanças), Salim Curiati (Ação Comunitária) e o deputado Arnaldo Faria da Sá.
Até mesmo nas declarações oficiais, Maluf exclui Ricardo Izar, Curiati e Sá da lista de possíveis candidatos do PPB.
No próprio PPB, ninguém diz que o debate influenciará a decisão de Maluf. Oficialmente, o prefeito afirma que pesquisas qualitativas é que definirão o ungido.
Dificuldade
Nos bastidores, Maluf vive um drama. Não tem um candidato viável, pelo menos até agora, para faturar a aprovação à sua gestão.
Para complicar o cenário, Maluf teme que Luiza Erundina, Sérgio Motta e Francisco Rossi monopolizem o debate e, mais uma vez, um candidato seu tenha resultado medíocre nas urnas.
Com Erundina, o temor é óbvio. A eleição da ex-prefeita representaria, aos olhos do inimigo PT, a vitória ideológica e administrativa sobre sua gestão.
O hipotético triunfo de Motta também seria desastroso para o atual prefeito. Apesar de não revelar publicamente, Maluf sabe que a prefeitura paulistana nas mãos do PSDB complicaria seus planos.
Maluf trabalha com dois cenários para 1998: Palácio do Planalto ou Palácio dos Bandeirantes. Ambas as eleições seriam dificultadas com os tucanos comandando a Presidência, o governo paulista e a prefeitura de São Paulo.
(CEA)

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