São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996
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Não há risco em vacinas, dizem médicos

DA REPORTAGEM LOCAL; DA FOLHA SUDESTE

As reações apresentadas à vacina da meningite no interior de São Paulo não são motivo para que os pais tenham medo de vacinar seus filhos, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
Anteontem, o Ministério da Saúde informou que teme que a repercussão do episódio possa atrapalhar a campanha nacional de multivacinação, em junho.
"Houve um problema com um lote específico de vacinas, com doses que tiveram condições iguais de produção. Mas milhões de outras doses já foram dadas sem que nada de errado ocorresse", afirma Helena Sato, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas.
Para Guido Levi, diretor-técnico do Instituto de Infectologia do Hospital Emílio Ribas, os pais não devem temer reações semelhantes ao dar outras vacinas a seus filhos.
"Houve um acidente específico, o que não quer dizer que vai acontecer com outras vacinas", diz.
Ele afirma, entretanto, que o episódio não pode ser simplesmente esquecido. Levi diz que se deve apurar se estão corretos os mecanismos de fiscalização que deveriam impedir que acontecesse.
Procura em Campinas
Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, ontem não houve queda na procura por outras vacinas, como a tríplice e a BCG, na capital.
Em Campinas (99 km a noroeste de São Paulo), a demanda por vacinas contra a meningite mais que dobrou em clínicas particulares.
Na Clínica Pediátrica José Espin Neto, a procura cresceu de 5 para 25 doses diárias. Na Vacin, o aumento foi de 100%.
"Dá para se vacinar contra a meningite em clínicas particulares tranquilamente", diz Helena Sato. "Inclusive, porque elas trabalham com doses de outra procedência".

Colaborou a Folha Sudeste

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