São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996 |
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Para CPI, "todos os níveis" falharam
FÁBIO GUIBU
A comissão, de nove deputados estaduais, apurou que a clínica não fazia os exames obrigatórios da água usada no tratamento, que empregava mão-de-obra não-especializada e mantinha uma estrutura considerada inadequada. O governo do Estado e a prefeitura, por sua vez, não inspecionavam o IDR, que funcionava havia dez anos na cidade. O Ministério da Saúde também teria errado, por não ter regulamentado as formas e os meios da fiscalização. "Ocorreram falhas em todos os níveis", disse o presidente da CPI, deputado estadual Romário Dias (PFL). Segundo ele, com base nas constatações, a comissão vai sugerir soluções e punições aos eventuais responsáveis. Os deputados, afirmou Dias, poderão sugerir penas que variam de uma simples advertência à prisão de acusados. "Ainda não há nada definido." A direção do IDR, a Prefeitura de Caruaru e o Estado afirmam que não têm culpa pelas mortes. Só o ministro da Saúde, Adib Jatene, admitiu que o poder público tem responsabilidade no caso. 25 depoimentos A CPI, instalada no dia 26 de março, colheu 25 depoimentos e realizou nove visitas a clínicas de hemodiálise, hospitais e reservatórios de água de Recife e Caruaru. O resultado das investigações deve ser divulgado em 2 de maio. Os relatórios preliminares começaram a ser elaborados ontem. Cópias do documento final -que será submetido à votação em plenário- serão enviadas ao Ministério Público e ao presidente FHC. Troca de plasma No Hospital Barão de Lucena, onde estão sendo tratados os intoxicados, 68 pacientes continuavam internados ontem -três deles na UTI. Dois doentes continuavam sendo submetidos a plasmaferese (troca de plasma sanguíneo para eliminar eventuais toxinas). Ainda não há resultado sobre a eficácia do tratamento. Apesar disso, outras quatro pessoas deverão passar pelo mesmo procedimento médico esta semana. O secretário da Saúde, Jarbas Barbosa, ameaça intervir no Inuc (Instituto de Nefrologia e Urologia de Caruaru), caso a direção da clínica insista que seus pacientes também apresentam intoxicação. Texto Anterior: Não há risco em vacinas, dizem médicos Próximo Texto: Justiça volta a liberar fumo em bares Índice |
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