São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996
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Folha entra na disputa dos celulares

ELVIRA LOBATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os grupos Folha da Manhã S/A (que edita a Folha), Odebrecht, Unibanco e AirTouch, dos Estados Unidos, anunciaram ontem a formação de um consórcio para disputar as concorrências para telefonia celular privada no Brasil.
É o sexto consórcio entre empresas nacionais e estrangeiras formado no Brasil para concorrer com as telefônicas estatais. Os editais de concorrências deverão ser publicados até o final do ano.
Segundo o presidente da AirTouch International, Arun Sarin, 41, a telefonia celular é um dos negócios que crescem mais rapidamente no mundo e o Brasil é o maior mercado para este serviço da América Latina.
A AirTouch é uma telefônica celular da Califórnia (EUA), oriunda da Pacific Telesis. Seu valor de mercado, pela cotação de suas ações, é de cerca de US$ 15 bilhões.
A empresa, que faturou US$ 2,6 bilhões em 95, tem 2,3 milhões de assinantes de serviço celular nos EUA e 797 mil no exterior, em associação com empresários locais.
As organizações Odebrecht -um dos maiores grupos empresariais brasileiros, com faturamento de US$ 4 bilhões no ano passado- participam do consórcio por intermédio de sua subsidiária Stelar Telecom.
O Unibanco é um conglomerado financeiro com 799 agências bancárias e 2,1 milhões de clientes.
A Empresa Folha da Manhã edita, além da Folha, os jornais "Folha da Tarde" e "Notícias Populares", que somam circulação média de 865 mil exemplares por dia.
A Folha integra o consórcio com participação definitiva de 12% do capital. Os demais têm, cada, 29,33% das ações, o que poderá ser reduzido para a acomodação futura de um agente financeiro.
Segundo Arun Sarin, o objetivo do consórcio é disputar o mercado com serviço de alta qualidade com preços menores do que o mercado.
O Unibanco, segundo o presidente da holding do grupo, Israel Vainboim, começou a se preparar para disputar o mercado de telecomunicações em 1992.
Segundo Vainboim, o Unibanco avalia que as maiores oportunidades para negócios surgirão na área de telecomunicações.
A Empresa Folha da Manhã, segundo seu presidente Luís Frias, aderiu ao consórcio movida por um outro motivo: a interação inevitável da mídia com a computação e as telecomunicações.
Luís Frias disse que a convergência destes três serviços será tão rápida que "muito em breve será difícil distinguir onde começa um e termina o outro".

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