São Paulo, quinta-feira, 18 de abril de 1996
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Peça põe 23 milhões de carros sob risco

DO "USA TODAY"

Até 23 milhões de carros e caminhões Ford fabricados entre 1984 e 1993 podem pegar fogo inesperadamente, mesmo quando estacionados, porque possuem ignição potencialmente defeituosa.
A Ford afirma que as chances de o problema ocorrer são pequenas. Apesar disso, a montadora recentemente chamou de volta à fábrica 248 mil veículos contendo a peça, no Canadá, chamando a atenção dos órgãos responsáveis pela segurança de automóveis nos EUA.
"Trata-se de uma investigação muito importante, envolvendo incêndios e um número muito grande de veículos", diz Michael Brownlee, investigador-chefe da Administração Nacional de Segurança do Tráfego nas Rodovias Nacionais dos EUA (NHTSA).
As ignições suspeitas estão em todos os modelos Ford, Mercury e Lincoln produzidos entre 1984 e 1993, excetuando o Ford Taurus e o Mercury Sable. A Ford informa a ocorrência de pelo menos 820 incêndios provocados pelas peças defeituosas nos EUA e 260 no Canadá. Segundo a Ford, não houve mortos ou feridos.
A Ford afirma que os incêndios começam quando um isolante térmico situado entre os terminais na ignição se deteriora, provocando um curto-circuito que causa superaquecimento. Nas novas peças, os terminais estão mais separados, para impedir a ocorrência de curtos-circuitos. "Já sabemos que a substituição da peça de ignição elimina o problema", disse uma porta-voz da empresa.
A Ford não está pagando a reposição das ignições nos EUA nem indenizando os proprietários dos carros pelos danos provocados pelos incêndios. "Os dados que temos em mãos até agora não justificam chamar os carros de volta", disse a porta-voz da Ford nos EUA. "Os proprietários podem substituir as peças à sua própria custa" -um gasto entre US$ 50 e US$ 90.
Mas ela disse que se a NHTSA ordenar a volta dos carros à fábrica, a Ford poderá reembolsar os proprietários que já pagaram pela substituição por conta própria.
Proprietários preocupados estão movendo processos contra a Ford em vários tribunais dos EUA. Alguns dos processos foram reunidos numa grande ação coletiva, movida em Nova Jersey.
Mesmo antes de os carros voltarem à fábrica no Canadá, a NHTSA já estava investigando queixas sobre incêndios em carros Escort ano 1990.

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