São Paulo, sexta-feira, 19 de abril de 1996
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Saída de Vieira da Agricultura está definida

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso já definiu a saída de José Eduardo de Andrade Vieira do Ministério da Agricultura.
O afastamento de Andrade Vieira do ministério não está relacionado com o confronto entre sem-terras e a Polícia Militar do Pará, ocorrido anteontem.
Há dois meses, o Palácio do Planalto e a cúpula do PSDB buscam uma alternativa para que a saída de Andrade Vieira seja a menos desconfortável para o ministro.
Andrade Vieira negou ontem que esteja saindo do ministério. Por intermédio da Coordenação de Comunicação Social da Agricultura, ele disse que isso não "tem fundamento".
Bamerindus
A Folha apurou que uma das sugestões é que Andrade Vieira alegue necessidade de mais tempo para se dedicar ao Bamerindus.
O Bamerindus financiou a construção da fábrica de papel e celulose Impacel, no Paraná, também do grupo Andrade Vieira.
A Impacel foi inaugurada em 94, com a presença do então ministro da Fazenda do governo Itamar Franco (92-95), Fernando Henrique Cardoso.
A implantação do projeto da Impacel consumiu o equivalente a R$ 800 milhões.
A empresa foi colocada à venda há mais de dois meses e, até agora, nenhuma operação de transferência da fábrica para outro grupo foi fechada.
PPB
A substituição de Andrade Vieira será a única mudança que FHC pretende fazer antes da aprovação das reformas da Previdência, tributária e administrativa pelo Congresso.
FHC tem dito a interlocutores mais próximos que uma reforma ministerial ampla antes do sinal verde do Congresso às reformas constitucionais somente as inviabilizaria.
A saída de Andrade Vieira pode permitir que o PPB ganhe finalmente um ministério, reivindicado pelo partido há meses.
Os candidatos mais cotados para suceder Andrade Vieira são os deputados Odelmo Leão (PPB-MG) e Vadão Gomes (PPB-SP).
Ambos chegaram ao Congresso pelo PRN, a bordo da eleição de Fernando Collor de Mello para a Presidência da República em 89.

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