São Paulo, sexta-feira, 19 de abril de 1996
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Déficit público cresce 88% no 1º bimestre

CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O rombo do setor público (diferença entre receitas e despesas) no primeiro bimestre deste ano apresentou um aumento de 88,09% se comparado com o mesmo período do ano passado -de R$ 3,065 bilhões para R$ 5,765 bilhões.
O governo federal e o Banco Central são responsáveis por 58,76% do déficit do setor público registrado no primeiro bimestre -R$ 3,388 bilhões. Os governos estaduais e municipais participam do rombo com R$ 2,447 bilhões.
Os números foram divulgados ontem pelo BC e contrariam as posições otimistas da equipe econômica. Os primeiros números de 96 são desanimadores para a equipe do ministro Pedro Malan (Fazenda), que prometeu ser este o "ano da virada" em termos de déficit.
As estatais (federais e estaduais) foram as únicas que registraram um superávit -R$ 70 milhões. No primeiro bimestre de 1995, as estatais apresentaram um déficit de R$ 367 milhões, conforme o BC.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, disse que as razões para o aumento do déficit são sazonais: pagamento de parcelas do 13º salário, férias e um terço sobre o valor das férias, conforme manda a legislação.
Lopes afirmou que a tendência é de queda do déficit nas contas do governo federal. O argumento é que em janeiro esse déficit representou 3,99% do PIB (Produto Interno Bruto, a soma dos bens e serviços produzidos no país) e em fevereiro caiu para 3,18% do PIB.
Mas o rombo no setor público federal no ano passado foi de 1,68% do PIB. O BC não divulgou o valor do PIB levado como referência.
Endividamento
A dívida interna federal (em títulos), um dos fatores que causam o déficit, é de R$ 131,765 bilhões em março, o que representa um crescimento de R$ 4,412 bilhões em relação ao mês anterior.
Houve um aumento de 101,64% da dívida pública em março desse ano se confrontado com os valores do mesmo mês em 1995. Houve um pulo de R$ 66,419 bilhões.
O aumento da dívida interna federal é o que mais preocupa o governo. Ela é formada por títulos públicos de curto prazo remunerados pela política de juros altos.

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