São Paulo, sexta-feira, 19 de abril de 1996 |
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Credicard cede aos bancos e é dividida
MILTON GAMEZ
A nova empresa, ainda sem nome, nasce com um valor estimado entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões e um faturamento anual de R$ 9 bilhões a R$ 10 bilhões. A cisão foi anunciada ontem, durante visita do presidente mundial da franquia MasterCard International, Henry Eugene Lockhart. Até o final de agosto deste ano, a divisão da Credicard deverá estar completada, afirmou Lockhart. A nova empresa terá como acionistas principais a Credicard (controlada pelos bancos Itaú, Citibank e Unibanco), a própria MasterCard e eventuais bancos que queiram participar do negócio. Exclusividade Na prática, a Credicard abre mão do controle exclusivo da rede afiliada ("acquiring"), de 270 mil estabelecimentos no país. Cai por terra, assim, o último bastião da Credicard nesse mercado. Com o crescimento da rede Visa no país, a empresa já abrira mão dos resultados dos cartões (oferecendo participação nos lucros aos bancos associados) e da estampa Credicard nos plásticos com o selo MasterCard. Também perdeu, de fato, a exclusividade na emissão de cartões MasterCard. A partir de maio, a chamada dualidade de marcas -em que os bancos podem vender plásticos com selo Mastercard ou Visa- deverá ser adotada oficialmente no país, prevê José Francisco Canepa, presidente da Credicard. A exclusividade, em prática desde 1987, rendeu à Credicard R$ 270 milhões no ano passado. A cisão, imposta pelo mercado -a rede Visa criou a VisaNet, empresa de "acquiring" controlada pelos bancos associados- fortalecerá a Credicard, diz Canepa. "Outros bancos irão emitir cartões MasterCard e nós vamos ganhar com o crescimento dos negócios dessa bandeira no país." Segundo ele, a rentabilidade dos cartões é maior na ponta emissora, responsável por cerca de 70% do lucro do negócio. Texto Anterior: BC empresta dinheiro e compra dólar Próximo Texto: Como fica a Credicard após a cisão Índice |
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