São Paulo, sexta-feira, 19 de abril de 1996 |
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Grandes tomam a cena
INÁCIO ARAÚJO
São dois grandes do cinema contemporâneo. O primeiro, Clint Eastwood, olha com certa amargura para um Oeste que acabou. Dono de um show itinerante, Bronco Billy carrega a nostalgia de um espírito que os tempos modernos transformaram em sucata. Honra, virtude, ética, aventura -são essas palavras que este novo Quixote arrasta junto com seu mambembe. Já Cronenberg mergulha de cabeça no moderno, no mundo do vídeo e da TV, da poluição visual, da inflação de imagens. "Videodrome" é deflacionante, na medida em que trabalha com imagens essenciais e propõe perguntas atualíssimas: onde se formam as imagens, o que é o homem contemporâneo (portador, objeto e sujeito dessas imagens)? Mas, sobretudo, Cronenberg se fixa em sua questão favorita: a de um homem mutante, que força os limites da natureza e, de certa forma, torna-se vítima das transformações que provoca. Em suma: são dois filmes enormes. (IA) Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: "São Paulo S.A." tem atualidade assustadora Índice |
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