São Paulo, sexta-feira, 19 de abril de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Atiradores matam 18 gregos no Cairo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Pistoleiros armados abriram fogo contra um grupo de turistas gregos na porta de um hotel no Cairo, capital do Egito, matando 18 e ferindo 17. Foi o pior ataque contra turistas cometido no país.
"Quatro homens armados apareceram às 6h55 (1h55 em Brasília) na porta do hotel e imediatamente começaram a disparar à queima a roupa contra os turistas", relatou um funcionário do hotel à agência de notícias "France Presse".
O massacre ocorreu na porta do Hotel Europa, que fica a 5 km das pirâmides de Gizá, muito procurado por israelenses.
Mas a Embaixada de Israel no Egito descartou a idéia de o atentado ter sido dirigido contra israelenses. "É uma possibilidade que excluo", disse o porta-voz da embaixada, Yaacov Setty.
"Alguns dos turistas tentaram se refugiar dentro do hotel, mas tiveram dificuldades para correr devido a idade", disse um funcionário.
A maioria dos turistas tinha entre 50 e 70 anos e estava visitando os lugares sagrados do Oriente Médio, aproveitando o feriado da Páscoa dos cristãos ortodoxos.
O grupo, com cerca de 88 pessoas, havia chegado de Israel e iria ficar dois dias no Cairo.
Autoridades egípcias disseram que os gregos esperavam um ônibus quando os homens, a pé, se aproximaram do grupo.
Mas, segundo o funcionário do hotel Abdel Hamid Imam, os pistoleiros saíram de um microônibus e atiraram por cinco minutos.
Testemunhas disseram que os homens gritavam "Deus é grande" enquanto atiravam.
Ninguém assumiu a autoria do ataque, mas o governo associou a matança aos atentados dos radicais islâmicos do "Jama Islamia", grupo egípcio que desde 92 combate o governo Hosni Mubarak.
"Ouvi tiros, mas não sei bem o que aconteceu. Foi horrível", disse uma turista chamada Evangelia.
"Vi dois homens, pareciam ter enfeites na cabeça. Quando atiraram me joguei para detrás do ônibus", disse Eleni Kaminisco, 50. Ela teve ferimentos no ombro.
"Queriam matar todos. É um milagre eu estar viva", disse outra turista que não se identificou.
Os ministros egípcios do Interior, Saúde e Turismo foram ao hotel e ao hospital.

Texto Anterior: Sangue decide a eleição
Próximo Texto: EUA pedem trégua; Israel impõe condição
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.