São Paulo, sábado, 20 de abril de 1996
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Coveiro convoca 18 para ajudar

JUCA VARELLA
DO ENVIADO ESPECIAL A ELDORADO DE CARAJÁS E CURIONÓPOLIS

O coveiro de Curionópolis, Jorge da Silva, precisou convocar 18 pessoas para ajudar a abrir as covas onde serão enterrados os sem-terra mortos do massacre de Eldorado de Carajás, leste do Pará.
"Geralmente, eu trabalho com outros quatro ajudantes. Mas foi preciso chamar mais 18 para fazer o trabalho", afirmou o coveiro.
Ele recebeu ordem de providenciar 18 covas para enterrar os mortos que moravam em Curionópolis.
Mas preferiu abrir 22. "É melhor sobrar do que faltar", comentou.
Partiu do próprio coveiro a decisão de abrir mais covas do que o previsto.
Segundo ele, os relatos que ouviu pelo rádio sobre o confronto entre os sem-terra e os policiais na rodovia PA-150 no final da tarde de quarta-feira davam conta de que os mortos eram em número maior do que os 19 oficialmente divulgados.
Foi armada uma estrutura especial no cemitério de Curionópolis.
Lâmpadas foram improvisadas para o caso de o enterro acontecer durante a noite.

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