São Paulo, sábado, 20 de abril de 1996
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BC facilita acesso a Proer

CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central divulgou ontem à noite mais uma circular que beneficia os bancos candidatos a receber financiamentos do Proer (programa com juros subsidiados que incentiva a fusão de instituições financeiras).
A partir de agora, a existência de débitos dos bancos junto ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), à Receita Federal ou ainda a inscrição no Cadin (Cadastro de Informações de Créditos não Quitados junto ao Setor Público Federal) não constituem impedimentos para ter acesso ao Proer.
O Proer já liberou R$ 6,009 bilhões entre novembro e o mês passado. Só as negociações da venda do Nacional ao Unibanco receberam R$ 5,898 bilhões. Esses R$ 6 bilhões são suficientes para a construção de 920 mil casas populares.
Patrimônio líquido O BC revogou também o artigo 4º da circular nº 2.672, que regulamenta a linha do Proer destinada a dar suporte para a reestruturação de ativos (créditos) e passivos (débitos) dos bancos.
Esse artigo não permitia que bancos com patrimônio líquido negativo -quando a venda de todos os bens não cobre o pagamento das dívidas- tivessem acesso à linha de reestruturação.
Desde ontem à noite, os bancos nesta situação poderão receber empréstimos do Proer.
A circular nº 2.208 foi assinada na noite de ontem pelo diretor de Política Monetária do BC, Francisco Lopes.
Ele não estava mais no BC quando a circular entrou no Sisbacen e também não foi localizado em sua residência no Rio de Janeiro.
O Econômico velho tem patrimônio líquido negativo de R$ 2,637 bilhões e o BC já anunciou que serão liberados R$ 750 milhões para "equalização de ativos e passivos".
Nenhum diretor do BC foi encontrado na noite de ontem para explicar a circular.
Banco do Brasil Os títulos que o Tesouro emitirá para injetar recursos no Banco do Brasil terão prazo mínimo de três anos para resgate. O prazo máximo continua sendo de 15 anos.
A alteração consta da nova versão da MP (medida provisória) que trata da capitalização de R$ 8 bilhões que será feita no BB.
As emissões devem totalizar R$ 5,2 bilhões. O BB apresentou um prejuízo de R$ 4,2 bilhões em 95.

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