São Paulo, sábado, 20 de abril de 1996 |
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Jodie Foster diz que não faz concessões
CRISTINA GRILLO
"Quando dirijo, faço filmes pessoais, descarrego minha alma. Por isso, só faço filmes que me agradem, sem me importar com a bilheteria", disse a atriz ontem de Los Angeles, em entrevista via satélite para jornalistas brasileiros. Jodie falava sobre "Feriados em Família" -sua segunda experiência como diretora, depois de "Mentes que Brilham"-, que será lançado no Brasil em 31 de maio. O filme -um mix de comédia e drama familiar- não teve um bom desempenho de bilheteria no mercado norte-americano, mas o resultado não parece ter preocupado a diretora. "Não foi um grande sucesso, minha intenção não era fazer um novo 'Parque dos Dinossauros'. Mas foi um filme barato, feito para atingir pequenas platéias, e me deixou satisfeita", disse. Elenco Mas Foster não revela os custos da produção, que reúne um elenco de peso: Holly Hunter, Robert Downey Jr., Anne Bancroft e Geraldine Chaplin, entre outros. "Foi quase uma produção independente, sem interferência de grandes estúdios. O controle do processo criativo foi todo meu." "Feriados em Família" conta a história de Claudia Larson (Hunter), restauradora de museu que perde o emprego na véspera de embarcar para passar o dia de Ação de Graças com a família -ritual que a aborrece todos os anos. Lá revê o irmão homossexual Tommy (Downey Jr.), a irmã careta Joanne (Cynthia Stevenson) e a mãe neurótica (Bancroft) e passa pelas intermináveis brigas familiares típicas desses encontros. Identificação Jodie Foster afirmou ter se identificado com os personagens de Hunter, Downey e Stevenson. Com Claudia Larson, pelo espírito de independência; com Joanne, pela preocupação com a família; e com Tommy, pelo modo de superar as dificuldades de sua vida. Tommy, para Foster, é o personagem mais difícil do filme. "Downey improvisou bastante, levou para o set suas experiências familiares, a relação com seus pais", explicou a diretora. Agora, Jodie volta a atuar como atriz em dois filmes. O primeiro é "Contact", ficção científica com direção de Robert Zameckis sobre vida em outros planetas. O segundo é "The Game", ação com Michael Douglas e direção de David Finscher -o mesmo de "Seven". Finscher recebeu os maiores elogios da atriz durante a entrevista. " 'Seven' é o filme mais bem-dirigido dos últimos anos, o mais bem-estruturado e com as melhores interpretações da última safra do cinema", disse. Elogios semelhantes, só para Martin Scorsese -o diretor que a levou ao estrelato em "Taxi Driver". "Ele mudou a arte cinematográfica e adoraria voltar a fazer um filme com ele", afirmou. Mel Gibson -companheiro de set em "Maverick" e vencedor do Oscar de diretor por "Coração Valente"- também é elogiado, apesar de ela discordar da declaração do ator de que diretores são pessoas que querem ser atores. "Ele estava brincando. Diretores são como pais que gostam de ver seus filhos trabalhando", disse. Texto Anterior: Orquestra faz seleção de pré-profissionais; Argentina dá prêmio literário de US$ 100 mil Próximo Texto: Morre aos 82 Walter D'Ávila, da "Escolinha do Prof. Raimundo" Índice |
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