São Paulo, sábado, 20 de abril de 1996 |
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Israel admite cessar-fogo em dois dias
IGOR GIELOW
Em entrevista ao Canal 2, de Israel, o premiê afirmou que o cessar-fogo com os guerrilheiros libaneses era "possível, mas não certo". Ele afirmou que havia "indicações" de que a Síria estava preparada para aceitar a trégua. Há nove dias, Israel começou a lançar ataques ao que considera ser posições do Hizbollah no Líbano, depois que o grupo promoveu ataques contra o norte de Israel. As declarações de Peres vieram um dia após ataque da artilharia israelense contra uma base da ONU em Qana, que matou 101 refugiados libaneses. Israel admitiu ter cometido um "erro" no ataque. Apesar do otimismo israelense, o Líbano, onde estão ocorrendo os ataques, afirmou que não vê uma trégua em menos de quatro dias. Ontem mesmo, novas incursões de Israel no Líbano deixaram pelo menos três guerrilheiros mortos. "Vamos negociar com os homens do Hizbollah para poder pedir contrapartida de Israel", disse o premiê do Líbano, Rafik al Hariri, depois de chegar da Síria. O presidente sírio, Hafez al Assad, concordou em falar com o Hizbollah (Partido de Deus) -o grupo xiita apoiado por seu governo e, principalmente, pelo Irã. A Síria, que também mantém tropas no Líbano, já anunciou que vai apresentar um plano conjunto com os libaneses nas negociações para um cessar-fogo. Os israelenses apostavam na mediação dos EUA para uma trégua, com a chegada do secretário de Estado americano, Warren Christopher, hoje a Damasco (Síria). Christopher deve se encontrar com o presidente Al Assad, representantes americanos e os chanceleres de França, Itália e Rússia. A cúpula com Hervé de Charette (França), Susanna Agnelli (Itália) e Ievgueni Primakov (Rússia) deve discutir as propostas de trégua. Tanto França como EUA têm planos de paz. O francês pede um cessar-fogo e um compromisso de não atacar civis; o americano exige o fim dos ataques contra militares israelenses e a saída progressiva de Israel do sul do Líbano. Na terça-feira, Al Hariri havia dito em Londres que a proposta francesa era melhor. Susanna Agnelli também está na região, com o colega espanhol, Carlos Westendorp, e o irlandês, Dick Spring. Os três participaram de negociações em Beirute. G-7 O encontro dos chanceleres em Damasco foi marcado após uma moção aprovada pelos líderes do G-7 (os sete países mais ricos), reunidos em Moscou, que pedia o fim imediato dos confrontos. No encontro, sobre a energia nuclear, o presidente dos EUA, Bill Clinton, disse que "havia uma chance" de trégua. "As partes têm de entrar em acordo em um cessar-fogo... É quase impossível que civis não sejam feridos e mortos." LEIA MAIS sobre a ofensiva israelense à página seguinte Texto Anterior: Bomba em Oklahoma completa um ano Próximo Texto: Beirute teme obstáculos à reconstrução do país Índice |
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