São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996
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Em 86, bispos denunciaram ação da PM

Planalto tinha informação

DO ENVIADO ESPECIAL A ELDORADO DE CARAJÁS (PARÁ)

Em 29 de abril de 1986, cinco bispos do Sul do Pará e Goiás denunciaram publicamente os excessos da PM (Polícia Militar) na região ao então presidente José Sarney.
Documento daquela data comprova que, uma década antes do massacre desta semana, a Presidência da República já tinha conhecimento da ação de policiais militares na área do conflito.
Descreveram mortes e torturas praticadas por PMs e pediram "providências urgentes".
"A PM tem acobertado e sido conivente com os pistoleiros. É ainda, ela própria, autora de arbitrariedades e violências contra o homem do campo", denunciaram.
"Nós, preocupados com a crescente onda de violência que se estabeleceu contra os trabalhadores rurais, viemos ao Palácio do Planalto e ao Ministério da Justiça solicitar providências urgentes e eficazes", registraram os bispos.
O major José Maria Pereira de Oliveira, comandante da PM em Parauapebas (leste do Pará), responsabilizou os sem-terra pelas mortes ocorridas no confronto em Eldorado de Carajás.
Segundo o oficial, os sem-terra estavam armados para reagir contra os policiais.

O documento é assinada pelos bispos da época em Patrick Hanrahan (Conceição do Araguaia), Tomás Balduíno (Goiás Velho), Antonio Ribeiro Oliveira (Goiânia), Celso Almeida (Porto Nacional), Jaime Collins (Miracena do Norte) e Aloísio Pinho (Tocantinópolis).

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