São Paulo, domingo, 21 de abril de 1996
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Para entender o caso:

1- Na madrugada de 23 de julho de 1993, um grupo encapuzado atacou a tiros dezenas de crianças e jovens que dormiam perto da igreja da Candelária (centro do Rio).

2- Quatro garotos morreram no local e dois, no hospital.

3- Na mesma madrugada, dois meninos e o mendigo Wagner dos Santos foram capturados por ocupantes de um carro quando caminhavam no centro do Rio.

4- Levados para o aterro do Flamengo (zona sul do Rio), os três foram baleados. Os meninos morreram no hospital. Santos sobreviveu aos tiros.

5- As oito mortes ficaram conhecidas como a chacina da Candelária.

6- Dois dias depois, após acareação com sobreviventes, foram presos os PMs Marcelo Cortes, Cláudio Luiz dos Santos e Marcos Vinícius Emmanuel.

7- Os acusados apresentaram álibis, não-considerados pela polícia.

8- Com a tripla prisão, o então secretário de Polícia Civil e vice-governador Nilo Batista declara que a chacina está resolvida.

9- Os delegados do 1º DP discordam de Batista e são afastados do caso.

10- Após mais um reconhecimento, é preso em 28 de julho o quarto acusado, Jurandir Gomes de França, cunhado de um policial militar. Os quatro estão presos até hoje.

11- Após sofrer um atentado, Wagner dos Santos, apoiado por organizações não-governamentais se muda em 1995 para a Suiça

12- Neste ano, investigações indicam que pelo menos dois acusados -os PMs Cortes e Santos- podem ter sido confundidos pelos sobreviventes.

13- Quatro novos suspeitos -todos PMs- têm as prisões decretadas pela Justiça do Rio no início deste mês.

Quem são os acusados:
- Marcelo Ferreira Cortes - tenente da Polícia Militar, apontado pelo sobrevivente Wagner dos Santos como ocupante do Chevette onde foram mortos dois meninos capturados no centro do Rio. Preso no dia 25 de julho de 1993, dois dias após a chacina.

- Cláudio Luiz Andrade dos Santos - soldado da PM, também reconhecido por Wagner dos Santos, que admite ter feito confusão. Santos afirma que dormia em casa na madrugada da chacina. Foi preso junto com o tenente.

- Marcos Vinícius Emmanuel - soldado da PM, também afirma que estava em casa na hora da matança. Reconhecido por Wagner dos Santos. Preso em 25 de julho de 1993.

- Jurandir Gomes de França - serralheiro, atuava como segurança particular. Preso no dia 28 de julho de 1993, cinco dias depois da chacina, acusado por sobreviventes.

- Carlos Jorge Liaffa Coelho - ex-soldado da PM, foi preso há duas semanas. Seu nome surgiu a partir de novas investigações. Há suspeita de que o tenente Cortes tenha sido confundido com ele, já que os dois são parecidos.

- Marco Aurélio Dias Alcântara - soldado do 6º Batalhão da PM, foi preso há duas semanas, suspeito de integrar o grupo que praticou a chacina.

- Milton Oliveira - soldado do 6º Batalhão, na Tijuca (zona norte), foi preso há duas semanas, também sob suspeita de ter participado do massacre.

- Nélson Oliveira dos Santos Cunha - ex-policial militar, está foragido. Como os colegas Coelho, Alcântara e Oliveira, não há previsão para seu julgamento.

Fonte: Reportagem Local

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