São Paulo, terça-feira, 23 de abril de 1996
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Ação do Banespa cai 13,9%

DA REPORTAGEM LOCAL

A falta de uma solução para a crise do Banespa, sob intervenção desde dezembro de 1994, fez com que as ações do banco registrassem queda de 13,9%, a maior baixa registrada ontem no índice da Bolsa de Valores de São Paulo.
A queda foi registrada nas ações PN -preferenciais (sem direito a voto) e nominativas (que trazem o nome do investidor). As ações PN são os papéis do banco mais movimentados na Bolsa.
Ontem, o governador Mário Covas (PSDB) voltou a repetir que não aceita mais o acordo firmado em dezembro último entre o Estado e o Banco Central.
Isso porque, desde dezembro, a dívida do Estado com o Banespa já teria passado de R$ 15 bilhões para quase R$ 18 bilhões.
Esse acréscimo, de cerca de R$ 3 bilhões, segundo Covas, inviabiliza a manutenção do acordo.
Sem acordo, o problema, em sua natureza, volta ao ponto de partida. O Banespa somente será saneado e poderá funcionar normalmente, federalizado, privatizado ou sob controle paulista, se aquela dívida for resolvida.
Senado
O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gilberto Miranda, se reúne hoje às 17h com o presidente Fernando Henrique Cardoso para discutir uma proposta que viabilize uma solução para o Banespa.
O senador vai propor que a dívida que São Paulo tem com o Banespa receba correção de 6% ao ano de dezembro até o dia em que o Senado aprovar o acordo.
Miranda propõe a redução dos juros para o cálculo da dívida nesse período. Corrigida em 6% ao ano, a dívida subiria para cerca de R$ 15,3 bilhões, e não R$ 18 bilhões nesse período, segundo Miranda.
Resta saber se o BC aceitará tamanha redução no valor, já que o banco busca dinheiro no mercado pagando juros altos.
Além disso, o senador proporá que São Paulo tenha 50 anos para pagar o empréstimo de R$ 7,5 bilhões em títulos federais que seriam emitidos para o Estado quitar metade da dívida com o Banespa.
A exigência de Miranda: que FHC se comprometa a dar o mesmo tratamento a todos os Estados. "Se ele aceitar as condições, aprovamos o acordo", disse Miranda.

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