São Paulo, terça-feira, 23 de abril de 1996
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Opções para Serjão

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - A Prefeitura de São Paulo interessa a FHC porque é o terceiro maior orçamento do país. Dá prestígio dirigir a cidade. Os tucanos já têm a Presidência da República e o governo de São Paulo. A prefeitura, hoje com Paulo Maluf, seria a coroação do governo do Plano Real.
Apesar disso tudo, FHC teme ficar sem o ministro das Comunicações, Sérgio Motta. Seria o único nome nacional do PSDB para disputar em São Paulo. Mas é a pessoa ideal, no parecer de FHC, para coordenar um grande movimento por reformas no país.
Está nos planos de FHC fazer uma ofensiva nacional por reformas no país. O presidente avalia que é necessário um movimento nacional que pressione o Congresso.
Sérgio Motta poderia ajudar a coordenar essa ação. O presidente enxerga em Motta uma das pessoas mais expeditas de seu governo.
Seria uma campanha com vários setores da sociedade. Artistas, empresários, trabalhadores seriam chamados para debater e propor soluções para as reformas mais urgentes.
Tudo ainda é muito embrionário, mas essa é uma das saídas pensadas por FHC depois do massacre de sem-terra no Pará. Uma reunião com governadores em Brasília, amanhã, pode dar mais corpo ao projeto.
Candidato a prefeito em São Paulo, Motta deixaria o cenário federal num momento crítico. Além disso, seria um risco. FHC vê na eleição de São Paulo um plebiscito de seu governo, com Sérgio Motta candidato. "Pode ganhar. Mas, se perder, perco eu também", diz o presidente.
A situação ainda está indefinida. Motta também tem considerado questões pessoais. Fala da família, que poderia ser atacada numa campanha. Da saúde, sempre uma ameaça por causa do peso do ministro.
Motta tem de se definir nos próximos dez dias. Ele já sabe qual é a preferência de FHC.

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