São Paulo, quarta-feira, 24 de abril de 1996 |
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Assunção mantém a calma, mas protesta
EMANUEL NERI
Desde cedo, havia manifestações de ruas contra o golpe. As principais manifestações foram realizadas diante do Congresso e do palácio do governo. A maioria da pessoas carregavam bandeiras do Paraguai. A manifestação diante da sede do governo fez com que o presidente Juan Carlos Wasmosy aparecesse na sacada do palácio. Em um discurso de pouco mais de dez minutos, o presidente chamou a tentativa de golpe de "aventura insensata". Desgaste O apoio dos manifestantes não era à pessoa do presidente, mas sim à manutenção do estado de direito. Wasmosy está bastante desgastado junto à população por causa de denúncias de corrupção em seu governo. No Congresso, falaram vários deputados e senadores da oposição. Havia um único alvo dos discursos: a manutenção da ordem institucional. O general Oviedo foi criticado por todos os oradores. Todos os poderes institucionais se manifestaram contra a tentativa de golpe. Às 10h um grupo de parlamentares, inclusive da oposição, esteve no palácio para manifestar solidariedade ao presidente. Às 12h, o presidente da Corte Suprema de Justiça, Raul Brugada, convocou a imprensa para repudiar a tentativa de golpe. "Exijo respeito às instituições", disse. Depois do anúncio do acordo com Oviedo, milhares de pessoas se concentraram em frente ao Congresso para protestar, aos gritos de "traição". Houve outras pequenas manifestações pelo centro de Assunção. A igreja e os sindicatos também repudiaram a tentativa de golpe. Nas ruas, havia menos movimentação do que nos dias comuns. Carros passavam com bandeiras pelos locais de manifestação. A população demonstrava um pouco de tensão. Mas nas ruas não havia sinais evidentes de golpe. A segurança era praticamente normal no palácio do governo e no Congresso. Apenas cordões de policiais isolavam os manifestantes. Texto Anterior: Mercosul fez ameaça a general Próximo Texto: A crise paraguaia Índice |
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