São Paulo, sexta-feira, 26 de abril de 1996 |
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Marketing no ringue
WILSON BALDINI JR. O primeiro de todos os esportes está sendo o último a se entregar ao marketing.Assim como já acontece em todas as modalidades coletivas (exemplo Olympikus-Telesp, no vôlei; Corinthians-Amway no basquete e Palmeiras-Parmalat, no futebol), a parceria com as empresas veio para ficar também no pugilismo. Um contrato envolvendo o campeão mundial supermédio Roy Jones Jr. e a Nike promete revoluções. A empresa especializada em material esportivo tem um projeto no qual está acertado que o lutador irá usar um calçado especial e personalizado nos seus próximos combates. Não é de hoje que os homens da propaganda sabem do excelente retorno ao patrocinar o pugilismo. Na década de 10, as vitórias do peso-pesado Jack Johnson tinha o "apoio cultural" do uísque "James E. Pepper". O demolidor Jack Dempsey, ídolo dos anos 20, foi garoto propaganda da cerveja "Bull Dog", e Joe Louis posou para os cigarros "Chesterfield". Nada muito saudável, né? Atualmente, com os computadores, é fácil nocautear Foreman, Tyson e Sugar Ray Leonard sentado confortavelmente na poltrona de casa. Mas, com a "nova sapatilha" de Jones Jr., é o ringue -que já tem o seu tablado e córneres reservado para a propaganda- que será invadido por marcas de todos os tipos de produtos, colocadas no corpo dos lutadores. Isto é bom ou ruim? Será que entre os amadores será permitido colocar alguma "chamada" no protetor de cabeça? Ou os profissionais também passarão a usar camisetas da empresa? Então, Michael Buffer, principal apresentador de lutas dos EUA, poderá dizer: "Pelo título dos pesos-pesados: no córner azul da Coca-Cola, Mike 'Nintendo' Tyson; no córner vermelho da Diet Pepsi, George 'Kodak' Foreman". Texto Anterior: Seleção olímpica é o vestibular do futebol Próximo Texto: Piada 1; Piada 2; Força americana; Paralisação Índice |
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