São Paulo, domingo, 28 de abril de 1996
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Sujeira e sinalização irritam usuários

LUCIA MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

Falta de sinalização e sujeira. Essas foram as principais críticas feitas pelos "debutantes" em suas primeiras viagens de ônibus.
"Quem quiser fazer turismo de ônibus em São Paulo está frito. Não há informação. Em Paris, se você quer passear de ônibus, mesmo que você nunca tenha ido lá, é possível", disse Laurent Suaudeau, 38, que tomou o seu primeiro ônibus na cidade no dia 19.
O chefe de cozinha francês, que mora em São Paulo há cinco anos, tomou o ônibus perto de sua casa, no Jardim Paulistano (zona oeste), e desceu perto do mercado municipal (região central).
Todos criticaram a falta de placas na rua para indicar os itinerários e para mostrar os ônibus que passam pelos pontos.
"O sistema que eles usam para orientar as pessoas é muito ruim. Não dá para saber onde é o ponto, que ônibus tomar, e as placas de sinalização estão apagadas", disse Alexandre Andrade Júnior, piloto de Fórmula 3.000.
Sujeira
A falta de limpeza regular também foi criticada. "Nossa, que sujeira! Até dá uma sensação de tristeza", disse Alice Carta, 52, empresária de promoções.
A atriz Patricia de Sabrit, 21, concorda: "É uma falta de consideração com o povo as condições desse ônibus. Tenho pena de quem tem de andar de ônibus todo dia, nessa sujeira".
Para o arquiteto João Armentano, "sujeira chama sujeira".
"O engraçado é que o usuário do ônibus é o mesmo do metrô, mas no ônibus eles jogam lixo no chão. Quem cava isso é o empresário, que, se deixasse tudo limpo, faria com que as pessoas tivessem vergonha de sujar. É o que acontece no metrô", afirmou após fazer seu primeiro percurso para o trabalho de ônibus e metrô.
Outro lado
Edilson Reis, 42, gerente de engenharia da SP Transporte, que gerencia o transporte público na cidade, afirma que há fiscalização "constante" nas 48 empresas.
A frequência depende da avaliação das empresas. Elas recebem notas que vão de A a D.
As empresas A são visitadas duas vezes por ano; as B, de cinco em cinco meses; as C, de três em três meses; e as D, a cada 60 dias.
Durante a visita, se for notado problema em algum ônibus, ele é "lacrado" e não pode circular. A empresa tem cinco dias para resolver o problema.
Em relação à falta de fiscalização, a SP Transporte diz que pretende colocar abrigos novos na cidade até o final do ano 2000. A empresa diz também que vai colocar placas com os itinerários dos ônibus nos pontos finais.

Para denunciar as más condições dos ônibus disque 158

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