São Paulo, domingo, 28 de abril de 1996
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Soropositivo ganha promoção

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

José Ramos de Queiroz, 29, era operador de máquinas na Volkswagen até descobrir que tinha o vírus do HIV em 1991. Teve medo de perder o emprego, mas acabou sendo promovido. Hoje é monitor do serviço social, organiza programas e dá palestras sobre Aids.
"Sou mais útil assim", diz. Como ele, a Volks tem hoje cerca de 30 funcionários com Aids trabalhando em diferentes funções.
O primeiro caso surgiu ainda em 1984. Hoje, a Volks faz parte do apertado grupo de 5% das empresas que oferecem assistência aos funcionários com Aids e mantêm programas de prevenção. A lista é restrita às multinacionais, estatais e grandes empresas.
A Volkswagen tem 31.500 funcionários. Desde o início da epidemia, 110 deles pegaram Aids. Desses, 41% já morreram, 9% estão afastados em tratamento, 22% pediram demissão ou se aposentaram e 28% continuam na ativa.
"A discriminação diminuiu muito, mas às vezes reaparece", diz Murilo Alves Moreira, gerente do Serviço Médico da empresa.
A Xerox do Brasil, que tem 5.500 trabalhadores em todo o país, mantém um serviço on line sobre saúde. Pelo terminal de suas mesas, 80% dos funcionários podem ter acesso a informações básicas sobre Aids e os direitos que têm como doente e cidadão.
"Todos sabem que os portadores e doentes não serão demitidos e que eles e seus dependentes terão assistência", diz Basile Polyzogoupoulos, responsável médico. (AB)

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