São Paulo, domingo, 28 de abril de 1996
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Maratona do Rio larga em ritmo de crise

CRISTINA RIGITANO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A Maratona do Rio acontece hoje em ritmo de crise. O fundista favorito, Valdenor dos Santos, desistiu de participar da prova. Com isso, perdeu a chance de ir à Olimpíada de Atlanta. O atleta contou com o apoio de vários maratonistas.
A maratona terá largada e chegada no Leme (zona sul da cidade). Três mil atletas estão inscritos. Entre eles, o queniano campeão mundial Douglas Wakiwuki.
A disputa pela última vaga para Atlanta e a presença de Wakiwuki não foram suficientes para devolver o charme à competição.
Quinta-feira, durante entrevista coletiva de apresentação da maratona, na sede do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), os atletas questionaram a seletiva do Rio e se rebelaram contra as mudanças no critério de seleção para Atlanta.
Segundo eles, o clima quente e úmido da cidade é prejudicial aos maratonistas.
Eles se queixam também da convocação imprevista de Vanderlei Cordeiro de Lima, que bateu o recorde sul-americano na Maratona de Tóquio, há um mês, com o tempo de 2h08min38s.
Até meados de 1995, segundo o regulamento da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), iriam para Atlanta os três atletas que obtivessem os melhores resultados.
A primeira vaga seria de Luiz Antônio dos Santos (bronze no Mundial de Atletismo, em Gotemburgo, na Suécia, e ouro na Maratona de Fukuoka, no Japão). A segunda vaga seria de Valdenor. A terceira ainda não estava definida.
Pressionados por empresários interessados em trazer para o Rio de Janeiro a Olimpíada de 2004, dirigentes da CBAt decidiram que uma vaga seria de Luiz Antônio e as outras duas seriam disputadas na Maratona do Rio.
A virada
Há um mês, Lima conseguiu a melhor marca sul-americana e foi convocado. Agora, apenas uma vaga será disputada no Rio.
Com o novo critério, Valdenor dos Santos (2h10min27s), que era o segundo do ranking, foi prejudicado. Durante a entrevista de apresentação da maratona, ele anunciou sua desistência. Nem o prêmio de R$ 100 mil foi suficiente para que Valdenor mudasse de idéia.
O presidente da CBAt, Roberto Gesta, prometeu mudanças para as próximas Olimpíadas e garantiu que a decisão do CBAt é para valer.
"O recorde de Vanderlei não estava previsto. Com a quarta marca do mundo, ele não pode ficar de fora. E era importante, para dar peso ao evento, que pelo menos uma das vagas fosse disputada na Maratona do Rio", afirmou.

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