São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 1996
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FHC cria coordenação para área social

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo vai criar uma subchefia no Gabinete Civil para coordenar a área social, atingindo inclusive o Comunidade Solidária -programa oficial da Presidência da República para o setor.
Esse modelo para gerenciar a aplicação dos recursos sociais foi elaborado pelos ministros José Serra (Planejamento) e Paulo Renato Souza (Educação) e por Vilmar Faria, assessor do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Fixar metas
Paulo Renato disse que FHC vai definir programas prioritários, fixar metas ao longo do ano e evitar desperdício de recursos.
"Por falta de informação, há a visão de que todo o projeto social do governo se resume ao Programa Comunidade Solitária. Não é verdade. É apenas uma parte", disse Paulo Renato.
O Orçamento Geral da União de 1996 prevê investimentos de quase R$ 5 bilhões. O maior problema do governo é obter receita de impostos e contribuições suficiente para permitir esses gastos.
FHC insatisfeito
A Folha apurou que o próprio FHC está insatisfeito com os resultados alcançados no primeiro ano de governo na área social.
A única exceção apontada pelo presidente é a educação, em que foi adotada a descentralização das compras para merenda escolar e para os livros didáticos, privilegiando o ensino fundamental.
O presidente quer melhorar a qualidade dos gastos na área social e concentrá-los no atendimento à população carente.
Na sexta-feira, FHC reuniu-se com os ministros Paulo Renato, Gustavo Krause (Meio Ambiente) e José Israel Vargas (Ciência e Tecnologia), além de José Gregori (chefe de gabinete do Ministério da Justiça) e Vilmar Faria para discutir problemas da área social.
Durante jantar no Palácio da Alvorada, FHC avaliou que as reivindicações na área social, como redistribuição de renda e melhoria do sistema de saúde, aumentam com a estabilização da inflação.
Krause afirmou que o governo não vai criar novos programas, mas dirigir os recursos já existentes para a população mais carente.
Eleições
O maior desafio do governo em melhorar os gastos sociais em 96 é enfrentar as pressões de parlamentares e governadores para liberação de verbas em regiões que beneficiem os candidatos às eleições municipais de outubro.
No esforço de melhorar sua imagem, FHC lança no próximo dia 6 uma cartilha sobre a redistribuição de renda promovida pelo Plano Real e metas de educação, saúde, saneamento e criação de emprego para 1996.

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