São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 1996
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Santos assume cargo e já desrespeita norma do TSE

Ao tomar posse, deputado faz campanha para candidato do PMDB

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo ministro para a Coordenação de Assuntos Políticos, Luiz Carlos Santos, estreou no cargo contrariando uma determinação da Justiça Eleitoral.
Vinte minutos depois de ser empossado no cargo pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, ainda na fila de cumprimentos montada no principal salão do Palácio do Planalto, Santos fez campanha para seu candidato a prefeito de Marília, a 443 km de São Paulo.
O ministro aceitou o convite para entrar ao vivo na programação da rádio Cidade (uma das duas de Marília) e defendeu a eleição do deputado estadual do PMDB Abelardo Camarinha (dono da rádio).
"Tenho certeza de que o Camarinha fará muito por Marília", defendeu o ministro.
"Tenho uma ligação forte com Marília e vou continuar ajudando", declarou o ministro. Marília é reduto eleitoral de Santos.
Onze dias atrás, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que os ministros devem ficar fora da campanha eleitoral.
O TSE só julgará a ação de Santos se vier a ser provocado. A determinação de proibir a participação de ministros em atos de campanha baseia-se na lei 9.100/95, aprovada com o voto do próprio deputado.
O peemedebista assumiu o cargo, mas ainda não tem mesa para despachar. "Amanhã (hoje), eu acho um gabinete", disse.
O novo ministro deverá ser instalado no quarto andar do Planalto e não terá a mesma proximidade de FHC que seu antecessor na tarefa de distribuir cargos aos aliados do governo, Eduardo Jorge. O secretário-geral da Presidência despacha no terceiro andar, vizinho ao gabinete do chefe.

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