São Paulo, terça-feira, 30 de abril de 1996
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Ieltsin fecha acordo com Clube de Paris

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os 18 países que compõem o Clube de Paris decidiram refinanciar a dívida externa de US$ 40 bilhões da Rússia.
O grupo, que reúne os principais países credores do mundo, alongou de 18 para 25 anos o prazo de vencimento da dívida russa e concedeu carência de pagamentos até o ano 2002.
Trata-se do maior acordo de refinanciamento já firmado pelo Clube de Paris.
"Solucionamos de uma vez por todas o problema da dívida russa", disseram os países credores em comunicado. Os principais credores da Rússia são Alemanha, Estados Unidos, França, Itália e Japão.
Vitória política
A decisão foi considerada uma vitória política do presidente russo, Boris Ieltsin.
Ieltsin tenta, no início de junho, sua reeleição presidencial. Seu principal adversário é o comunista Guenadi Ziuganov.
Analistas consideram que a decisão tomada pelo Clube de Paris foi um apoio político dos países ocidentais ao presidente Ieltsin, dado o temor de que o país volte às mãos de governantes comunistas.
Segundo comunicado do próprios clube, "o acordo foi concluído depois de quatro dias de árduas negociações e levando-se em consideração a importância da continuidade das reformas russas".
Em março a Rússia já havia conseguido outro bom acordo com a comunidade internacional: um crédito de US$ 10,1 bilhões do FMI (Fundo Monetário Internacional).
O presidente do Clube de Paris, Christian Noyer, deixou claro que o acordo entre a Rússia e sua instituição está vinculado ao empréstimo cedido pelo FMI.
"Assinamos com um Estado. Se o acordo com o FMI cai, o nosso também cai", disse ele ontem.
Ou seja, caso ganhe o Partido Comunista e se rompa o acordo com o FMI, rompe-se também, automaticamente, o acordo com o Clube de Paris.

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