São Paulo, quarta-feira, 1 de maio de 1996
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Governo vai limitar crédito à cultura do trigo em 1997

DA REPORTAGEM LOCAL

O agricultor que produzir, em média, menos de 2.000 kg/ha de trigo nesta safra não terá acesso ao crédito oficial para a cultura em 97.
A restrição foi anunciada por Luiz Antonio Rossetti, coordenador do Projeto de Redução de Riscos Climáticos na Agricultura, do Ministério da Agricultura.
Para Rossetti, quem plantar trigo este ano de acordo com as recomendações técnicas do zoneamento agrícola poderá atingir a meta.
Com o zoneamento, os Estados produtores de trigo foram divididos em microrregiões, onde se definiram as épocas e sementes ideais para o plantio da cultura.
Para as entidades dos agricultores, o governo se precipita ao exigir a produtividade de 2.000 kg/ha como condição para conceder empréstimos no próximo ano.
Segundo Flávio Turra, agrônomo da Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), no sudoeste do Paraná a produtividade deve aumentar, mas dificilmente alcançará 2.000 kg/ha este ano.
O agrônomo diz, ainda, que muitas agências do Banco do Brasil (BB) estão estimando a receita para a venda do trigo com base no preço mínimo do tipo comum, R$ 130/saca, e concluindo que a comercialização não será rentável. O preço mínimo representa metade do valor atual das cotações.
João Arno Czerveny, superintendente em exercício do BB no PR, afirma que é norma do banco calcular a receita com base em um valor 10% acima do preço mínimo.
Mas a ordem dada às agências, diz Czerveny, é para desconsiderar a norma e tomar como parâmetro o preço de R$ 180/saca para a safra.
Paul Marie Orts, economista da Fecotrigo (Federação das Cooperativas de Trigo e Soja do Rio Grande do Sul), diz que não chegaram recursos de custeio no RS.
O BB informa que aguarda as normas do zoneamento agrícola para o Estado.

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