São Paulo, quarta-feira, 1 de maio de 1996
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Pitta avança e deve ser o candidato de Maluf em SP

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário municipal de Finanças, Celso Pitta, só não será o candidato do PPB a prefeito de São Paulo se houver uma reviravolta total nas articulações de Paulo Maluf.
O prefeito paulistano já emitiu sinais claros a assessores sobre a preferência por Pitta, que disputa a candidatura com os secretários Reynaldo de Barros (Vias Públicas) e Roberto Paulo Richter (Planejamento).
O argumento principal a favor de Pitta, que está em desvantagem em relação a Reynaldo na última pesquisa do Datafolha, é que a escolha reforçará a tentativa de mudança de imagem do malufismo.
Por esse raciocínio, curiosamente defendido principalmente pela velha guarda do malufismo, o fato de Pitta ser novo na política e negro recomenda a opção, já que Maluf em suas futuras incursões eleitorais precisará de uma imagem mais liberal.
A velha guarda malufista que atua a favor de Pitta é comandada pelo empresário Calim Eid, um histórico articulador do atual prefeito paulistano.
Contra Reynaldo pesam dois fatores: a imagem ligada ao velho malufismo e o temor que, candidato, se transforme em fonte permanente de declarações infelizes.
Definição
Até os defensores de outras candidaturas do PPB já admitem que Pitta está a um passo da indicação. O publicitário Duda Mendonça, por exemplo, advogou para Richter, mas, mesmo com o cuidado de não citar o nome do secretário de Finanças, respondeu afirmativamente sobre a preferência do prefeito por Pitta.
"Maluf já sabe o nome do candidato", acrescentou Duda. Se confirmar a opção por Pitta, Maluf terá dois problemas.
O primeiro é o grau de desconhecimento do secretário na comparação com Luiza Erundina (PT) e Francisco Rossi (PDT).
A solução imaginada para superar o obstáculo passa por uma coligação com o PFL, que tem o maior espaço no horário eleitoral gratuito de TV. Mas a direção nacional pefelista não pretende engrossar o cacife de Maluf.
Outro problema é a timidez de Pitta, avaliada como exagerada até por quem defende a sua indicação.

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