São Paulo, quarta-feira, 1 de maio de 1996
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Tesouro Nacional pode assumir prejuízo de R$ 6 bilhões do BC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O prejuízo do Banco Central nos últimos semestres de 1994 e 1995 acumula R$ 6 bilhões, disse o diretor de Administração do BC, Carlos Eduardo Tavares de Andrade.
Segundo ele, uma das propostas em discussão é transferir parte desse prejuízo para as contas do Tesouro Nacional.
Murilo Portugal, secretário do Tesouro, afirmou que o valor do déficit deve permanecer no balanço do BC e será abatido com futuros resultados positivos.
Quando o BC tem lucro, repassa esse valor para o Tesouro, que resgata títulos no mercado, reduzindo a dívida pública.
O CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou ontem a compra, pelo BNP (Banco Nationale de Paris), dos passivos (débitos) e ativos (crédito) do banco Comercial de São Paulo, sob intervenção desde 11 de agosto.
O BNP também recebeu a autorização para formar um banco múltiplo com participação estrangeira de 100% do capital. O nome Comercial de São Paulo será extinto.
A tendência do BC é negociar caso a caso o interesse dos bancos estrangeiros em aumentar sua participação no sistema financeiro nacional. A idéia é que os bancos estrangeiros assumam dívidas dos bancos quebrados em troca da autorização para entrar no mercado ou aumentar participação.
Os bancos sob Raet (Regime de Administração Especial Temporária) foram autorizados pelo CMN a receber as linhas de assistência de liquidez do BC mesmo apresentando PLN (Patrimônio Líquido Negativo) -as venda de todos os bens não cobre a necessidade de pagamento das dívidas.
Segundo o diretor de Normas do BC, Alkimar Moura, esses bancos deverão dar como garantia seus ativos (créditos).
A compra do banco Econômico pelo Excel foi aprovada "ad referendum" pelo CMN.

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