São Paulo, quarta-feira, 1 de maio de 1996
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Brasília tem outro crime misterioso

Advogado é morto com sete tiros

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O advogado e jornalista Galba Menegale, 69, ex-secretário do Ministério da Justiça, foi assassinado ontem em Brasília por volta das 12h com sete tiros -cinco no braço esquerdo e dois no coração.
A polícia investiga se o caso tem relação com a morte do empresário Alcides José Peres, assassinado na quarta-feira passada.
Segundo a polícia, Menegale foi morto por dois desconhecidos que estavam em um Opala marrom.
Um deles disparou os tiros quando o Opala encostou no carro do advogado, um Monza, informou o cabo PM Ednaldo Freitas.
Na avaliação preliminar da polícia, os dois assassinatos foram trabalhos profissionais.
Alcides José Peres, suspeito de ter participação em fraudes no Ministério da Saúde na administração Collor, foi morto com 11 tiros dados por um homem na garupa de uma motocicleta.
Ameaças
A hipótese de relação entre os dois crimes, que parecem ter sido encomendados, foi levantada pelo delegado Epaminondas Roriz. "É muito estranho dois crimes desse tipo em uma cidade onde isso é raro", disse ele.
Amigo de Menegale, o advogado Rutílio Torres Augusto afirmou que a vítima não tinha nenhuma relação pessoal ou profissional com Peres. Mas disse que ele sofreu uma ameaça há 40 dias.
Segundo Augusto, Menegale foi abordado por um homem armado quando estava na Quadra 313 Sul, zona residencial de Brasília.
Segundo Augusto, o homem encostou a arma na cabeça de Menegale, retirou dele uma carteira de saúde e saiu correndo.
Brasil Garden
Arturo Buzzi, advogado de Menegale, teria informado à polícia que ele estaria sofrendo ameaças.
Buzzi defendia Menegale em ação contra José Roberto Nehring César, dono da Brasil Garden, que planejou os jardins da Casa da Dinda, do ex-presidente Collor, porque Nehring dispensou os serviços de Menegale como advogado sem pagar os honorários.
Policiais socorreram o advogado, que morreu a caminho do hospital. Ele foi secretário de Assuntos Legislativos do ex-ministro da Justiça Maurício Corrêa (1992-94).

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