São Paulo, quarta-feira, 1 de maio de 1996 |
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Mulher cava lama com as mãos
FÁBIO GUIBU
Joana era a síntese do desespero que tomou conta das pessoas que procuravam amigos e parentes desaparecidos. "Vou cavar até achar", disse ela, com o braço dentro de um buraco com cerca de meio metro de profundidade. 'Relâmpago' Sobre uma montanha de lama e destroços do que foi uma casa, no Córrego do Boleiro, a cabeleireira afirmou que só soube do acidente cerca de cinco horas depois. "Moro na parte de cima do morro e achei que fosse relâmpago", afirmou. Segundo ela, foram soterrados cinco parentes seus e, até o início da tarde de ontem, apenas um -um cunhado- havia sido localizado. "Minha irmã, meu irmão, um sobrinho e a sogra da minha irmã estão aí, tudo embaixo do barro", disse ela. 'Para onde?' A cabeleireira afirmou que seus parentes sempre tiveram vontade de deixar o local, mas não tinham para onde ir. "Sair para onde? Nem debaixo de viaduto tem vaga." (FG) Texto Anterior: 'Eu não brigo com a natureza', diz prefeito Próximo Texto: Salvador tem desabamento Índice |
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