São Paulo, quinta-feira, 2 de maio de 1996 |
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Cartilha ensina governo a agir nas crises
PAULO SILVA PINTO
A idéia surgiu depois da rebelião no presídio de Aparecida de Goiânia (GO) no mês passado e está em uma cartilha que deve ser distribuída hoje aos comandantes de polícias militares, corpos de bombeiros e diretores de polícias civis. Na cartilha, produzida com base em material do FBI (Federal Bureau of investigation, a Polícia Federal dos EUA), o Ministério da Justiça cita exemplos de "situações de crise". Elas são: ocupação ilegal de terras, violência trabalhista, levante político, motim em presídio, incêndio, inundação, acidente aéreo, desabamento de mina, epidemias e violência urbana. Reunião As autoridades que receberão a cartilha estarão reunidas hoje e amanhã em Brasília, na sede da PF (Polícia Federal), com o ministro Nelson Jobim (Justiça) e os secretários de Segurança Pública e Justiça dos Estados e diretores da Polícia Federal na "Reunião Nacional de Segurança Pública" Em todos os casos listados pela cartilha, com alguma variação de uma situação para outra, devem ser deslocados imediatamente para o local do problema um grupo tático policial ou militar para intervenção, negociadores, apoio policial (para conter multidões), equipe médica, bombeiros e equipes técnicas para garantir água, luz, telefone e gás. Os negociadores, quando necessário, devem ser profissionais experientes, auxiliados por cientistas de comportamento. Toda equipe deve ser comandada pelo "chefe da cena do incidente", assessorado por equipes de inteligência para analisar informações e por um porta-voz, para informar a imprensa. Além dessa organização no local, deve ser mantido um Gabinete Permanente de Crise em cada Estado, formado pelos dirigentes de Segurança. Diretrizes O governo federal deve ter também um Gabinete Permanente de Crise, com membros das Forças Armadas, que vai sugerir diretrizes para os Estados -já que não pode dar ordens. Segundo a cartilha, a improvisação pode ter a vantagem de lidar com maior criatividade nas situações de crise. Mas, segundo o texto, são raros cenários de crise com "problemas realmente novos". O encontro, que começa hoje às 14h e termina amanhã às 12h, prevê em seu programa seis horas de apresentações de "casos reais". Texto Anterior: Manifesto pede 'devida punição' Próximo Texto: Bispo romeno vê risco à democracia Índice |
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