São Paulo, quinta-feira, 2 de maio de 1996 |
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Móveis Zanotta ganham distribuição no país
CELSO FIORAVANTE
A Zanotta começou sua histórica trajetória em 1954, período de efervescência produtiva e comercial do design. Foi nos anos 50 que o design entrou definitivamente para o inconsciente coletivo italiano, quando uma maior preocupação com a forma aliou-se à já existente preocupação com a função. Já na década anterior, o desenvolvimento industrial (acelerado no pós-guerra), a ficção científica e a velocidade dos transportes e da comunicação impregnaram o design. É desta década, de 1944, a poltrona Ardea, de Carlo Molino (1905-1973). Além de móveis, Molino desenhou também automóveis e aviões, duas de suas paixões. Concebida com base de madeira envernizada em negro e estrutura em aço estofado com espuma revestida, a Ardea reproduz em suas linhas (inclinação do encosto, curvas nos pés) conceitos ligados à velocidade. É uma das peças mais elegantes da empresa. Gabrielle Mucchi transfere para o design alguns dos conceitos arquitetônicos que marcaram sua carreira. As linhas racionais da casa da rua Marcora (1934), em Milão, também estão na estrutura em aço da chaise-longue Genni, do ano seguinte. Mucchi é, com Piero Bottoni, um dos autores do bairro QT8, em Milão, onde construiu -em 1947- uma casa pré-fabricada. No bairro se localiza o monte Stella, formação geográfica construída com resquícios soterrados da guerra. A tradição racionalista de Mucchi também se evidencia em alguns trabalhos de Marco Zanuso, que comparece com a chaise-longue Maggiolina, de 1947, também com estrutura em aço tubular e estofamento em espuma e couro. Alguns dos designers recrutados pela Zanotta desenvolveram também preocupações com o espaço ocupado pelo design. É o caso da arquiteta de interiores Gae Aulenti (responsável pela reestruturação e transformação em museu da Gare d'Orsay, em Paris), que colabora com a empresa desde 1963. É dela a cadeira dobrável April (1964), com estrutura em aço e revestimento em couro. A elegância nos anos 90 está representada na cadeira empilhável Mirandolina, de Pietro Arosio, confeccionada em liga de alumínio (com ou sem braços). A cadeira, de 1992, é uma influência do início da carreira do designer, nos anos 60, quando trabalhou como projetista em uma empresa que se preocupava com espaços coletivos. Um dos produtos mais recentes da Zanotta é o porta-revistas Teo, de 1994, criação da designer e jornalista Patrizia Scarzella. Firma Casa: al. Gabriel Monteiro da Silva, 1.487, tel. 011/3068-0377 Texto Anterior: Tio Dave vê em Veneza o futuro de São Paulo Índice |
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