São Paulo, segunda-feira, 6 de maio de 1996
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A faca e o queijo; Pelas beiradas; Tudo pelos votos; Troca de embalagem; Presidente psicólogo; Vida de oposição; Meio a meio; Sintonia fina; Hora de gastar; Pelo mínimo; A conferir; Oposição da oposição; Divergência flagrante; Apoio inesperado; Próprio veneno

A faca e o queijo
À margem da rediscussão das políticas sociais do governo há uma disputa para decidir quem vai comandá-las politicamente: José Serra ou Clóvis Carvalho.
Recheio do sanduíche
A presença de Andrea Calabi na reunião sobre área social com FHC no Alvorada, sábado, não indica quem vencerá a pendenga Serra/Clóvis. Apesar de trabalhar para o primeiro, Calabi é muito próximo do segundo.

Pelas beiradas
Há a expectativa no governo de que outros conselheiros do Comunidade Solidária, além de Betinho e Renato Aragão, renunciem hoje aos cargos durante a reunião do conselho. O clima não está nada bom na área.

Tudo pelos votos
O governo cogitou implementar o rito sumário na desapropriação de terras para fins de reforma agrária via medida provisória. Mas recuou temendo perder votos ruralistas. A pressão política foi maior que a social.

Troca de embalagem
Sempre que sofre críticas na mídia, o governo muda o time de propaganda. Foi assim com Muylaert e, agora, com Furquim. Dada a recorrência do problema, talvez ele não seja de comunicação, mas de conteúdo.

Presidente psicólogo
Foi pensada a demonstração de prestígio a Gustavo Franco dada por FHC no jantar com economistas. Como a tática do diretor do BC se baseia na administração de expectativas, o presidente resolveu dar uma ajuda.

Vida de oposição
Do presidente do PT, José Dirceu, sobre as crises do governo e da área social: "Cada dia está melhor para nós". E para o país?

Meio a meio
Aloizio Mercadante não deve ser apenas o vice de Erundina na chapa petista que disputará a prefeitura paulistana. O economista deve assumir, em caso de vitória, a Secretaria de Finanças e indicar nomes para o governo.

Sintonia fina
Esta será uma semana de ajustamentos na Câmara e dentro do governo, define o líder peemedebista Michel Temer. "O presidente e o Luiz Carlos Santos precisarão valorizar o PSDB". Os tucanos querem recobrar espaço.

Hora de gastar
Há quem diga que esta é uma boa semana para os deputados tucanos emplacarem seus pleitos junto ao governo. Depois de tanto atendimento ao PMDB, eles têm crédito junto a FHC.

Pelo mínimo
Do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), sobre a ironia de FHC de que "somos apenas 30 e mal pagos": "Sugiro que ele dê um reajuste de 12% para a equipe".

A conferir
De Paulo Bornhausen (PFL): "Apesar do inferno astral, Fernando Henrique está melhor do que o governo. Vai ser um grande cabo eleitoral em outubro. É o que lhe garante a chance de dar uma virada no governo".

Oposição da oposição
A esquerda do PT recusou a oferta da direção partidária de comandar duas subsecretarias na burocracia interna: da mulher e da parte jurídica. Continuam foram da Executiva do PT.

Divergência flagrante
A Polícia Federal está no pé de Moreira Franco (PMDB-RJ), relator da reforma Administrativa. O deputado quer desconstitucionalizar a polícia. O delegado Vicente Chelotti acha que isso é um golpe na autonomia da PF.

Apoio inesperado
Eduardo Suplicy (PT-SP) está em estado de graça com José Sarney (PMDB-AP). O senador não só abraçou a causa da renda mínima, como recomendou que a filha, a governadora Roseana, adote o projeto no Maranhão.

Próprio veneno
A direção do MST está investigando uma denúncia de que grileiros profissionais estão utilizando o nome dos sem-terra para invadir propriedades. Uma das invasões teria ocorrido, recentemente, próximo a Brasília.

TIROTEIO
De Delfim Netto (PPB-SP), sobre a medida provisória que reajustou o salário mínimo em 12%: - O economista que assinou essa medida provisória não se respeita. A correção do salário mínimo tem que ser feita pelo índice de custo de vida. Adotar o indicador que adotaram é o mesmo que corrigir o mínimo pela temperatura do hipopótamo.

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