São Paulo, segunda-feira, 6 de maio de 1996
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Irma Passoni deixa cargo com críticas

Ex-petista sai do Ministério

MÁRCIO DE MORAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Irma Passoni está deixando a assessoria especial do Ministério das Comunicações. O motivo é um mistério. A ex-petista faz apenas uma crítica discreta à área jurídica da pasta.
O silêncio contrasta com o estardalhaço que a sua nomeação como assessora do primeiro-amigo do presidente Fernando Henrique Cardoso causou há 15 meses.
"O meu ciclo nas Comunicações se esgotou", diz a a ex-deputada do PT, sem muita convicção, pois, logo adiante, fala de uma remota possibilidade de continuar.
"Tudo depende do ministro Sérgio Motta, está nas mãos dele", diz, revelando uma situação incômoda sobre a qual ela prefere não se aprofundar.
"Não quero entrar em detalhes por enquanto. Deixo para falar quando o desligamento se concretizar", desvencilha-se, depois de gozar um período de férias que se encerrou no dia 30 de abril.
A assessoria de Motta também não quis se manifestar sobre sua saída, sob a alegação de que o pedido de demissão teve como justificativa "motivos pessoais".
Para o PT, partido no qual tinha cadeira cativa entre os membros da direção e que ajudou a consolidar no período em que foi deputada federal, a ida de Irma para o gabinete de Motta foi uma heresia imperdoável. "Estou sem partido e não sei para onde vou.".
Entre pessoas que transitam no ministério, a saída de Irma era previsível, pois ela não chegou a ocupar espaço importante entre os colaboradores do ministro.
Ela discorda. "Fiz vários trabalhos na regulamentação das telecomunicações, das concessões, da TV a cabo e também o projeto das rádios comunitárias, que acabou sendo alterado pela área jurídica."
Ao invés dos 50 watts de potência propostos por Irma, o setor jurídico estabeleceu o limite de 10 watts para rádios comunitárias. "Nas grandes cidades, a emissora só será sintonizada no raio de um quarteirão, o que dificulta até o trabalho da fiscalização do Ministério", diz.

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