São Paulo, segunda-feira, 6 de maio de 1996
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Restrições provocam queda do PIB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As medidas de restrição ao crédito adotadas pelo governo no ano passado produziram uma queda além do esperado no nível de atividade econômica nos três primeiros meses do ano.
Com isso, o PIB (Produto Interno Bruto) deve registrar uma queda de 1,7% no primeiro semestre e fechar o ano apontando um crescimento entre 3% e 3,5%, em relação ao mesmo período de 1995.
A queda de 1,7% foi estimada pelo Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas). Nos três primeiros meses, o PIB (soma de riquezas produzidas no país) caiu 1,9%, conforme o Ipea.
A previsão para os próximos dois anos (1997 e 1998) é de um crescimento de 4,5%, segundo estimativa feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Estes dados foram apresentados pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan, na reunião ministerial da última sexta-feira.
Depois de um resultado negativo no primeiro semestre, a expectativa do governo é de uma recuperação do nível de atividade econômica a partir de julho.
A flexibilização das medidas de restrição ao crédito começou a ser adotada em agosto de 95. Mas o impacto sobre o nível de atividade econômica foi muito pequeno.
Por isso, o governo liberou o prazo para compra com financiamento bancário e reduziu em 50% o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de pessoas físicas no último dia 30.
Se o governo não tivesse adotado tais medidas, a previsão da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda é que o crescimento do PIB neste ano ficaria próximo de 2%. Seria a metade do considerado adequado pela equipe econômica no ano passado: 4%.
Um crescimento abaixo do esperado no PIB dificulta ainda mais a geração de empregos. Dados divulgados pelo IBGE na quinta-feira mostram que a taxa de desemprego no país em março -6,38%- foi a maior desde 1992.
Na reunião ministerial, Malan informou que a tendência na taxa de juros é de queda, mas gradual.
A equipe econômica, incluindo BC e Ministério do Planejamento, está discutindo mudanças no compulsório sobre depósitos à vista que os bancos recolhem ao BC.

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