São Paulo, segunda-feira, 6 de maio de 1996
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Rock do nordeste aposta na diversidade

SYLVIA COLOMBO
ENVIADA ESPECIAL A RECIFE

O novo rock do Nordeste está chegando.
A coletânea "Brasil Compacto", que será lançada neste mês, do selo alternativo Rock it! selecionou entre 500 fitas demo um pouco da nova produção no país.
Seis bandas são da região Nordeste e representam uma continuação do movimento mangue beat, uma é do Rio, duas de São Paulo e uma de Porto Alegre.
As bandas da região diversificaram seu estilo e hoje praticam um repertório abrangente que vai do punk ao rap, passando pelo grunge, noise e pop. Tudo isso com o tempero de música folclórica que caracterizou o mangue beat.
Nos dias 25, 26, 27 e 28 de abril Recife voltou a reunir os roqueiros da região dentro do Abril Pro Rock. Alguns estão na coletânea.
Na maioria dos casos são rapazes de classe média, estudantes que, estimulados pela explosão do movimento mangue, formaram bandas e foram ouvir as referências citadas naquele som.
Uma das mais originais é o Lacertae, um trio que inventa instrumentos de percussão feitos de restos de automóveis, cabaças e canos de descarga. Vem da cidade de Lagarto (SE) -cuja tradução para o latim originou o nome da banda.
A recifense Paulo Francis Vai Pro Céu vai na contramão do resgate das raízes musicais pernambucanas. Faz um hardcore que ironiza o regionalismo.
Também do Recife vem o Eddie, uma das bandas que possui maior carisma entre os conterrâneos. Fundem de forma homogênea o maracatu e o frevo com o rock.
Na trilha do Planet Hemp, a banda de rap alagoana "Living in the Shit" faz um som engajado em temas sociais e sutil na inclusão de pandeiros e violinos nas melodias.

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