São Paulo, segunda-feira, 6 de maio de 1996
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Jesús Soto e Gego vêm para a Bienal

CELSO FIORAVANTE
DA REDAÇÃO

Além da bem-vinda presença de Jean-Michel Basquiat, a próxima Bienal também será marcada pela forte presença latino-americana, pelo menos no que se refere à representação venezuelana.
O curador-chefe do evento Nelson Aguilar já declarou publicamente que um dos papéis desta próxima Bienal é reivindicar para a América Latina um lugar de soberania.
Parte deste lugar já foi conquistado pela produção artística de dois artistas venezuelanos: Jesús Soto e Gego (1912-1991), duas novas presenças confirmadas para a Bienal. A Venezuela marcará presença ainda por sua contribuição à sala dedicada a Wilfredo Lam, já que oito das 25 telas virão da coleção de Magali Caprilis. O restante virá principalmente da família Lam, que vive em Paris.
Jesús Soto vem como artista indicado pela Venezuela. Curiosamente, o artista já havia ganho, na Bienal anterior, o reconhecimento do evento, que lhe deu uma sala especial.
Gego vem como convidada da Bienal. A Bienal trará "Reticulárea" (1969). "A obra será restaurada em Caracas antes de vir para a Bienal", diz Aguilar.
"Reticulárea" é uma das obras de Gego que melhor a insere no tema central da Bienal este ano, "A Desmaterialização da Arte no Final do Milênio". É uma obra aberta, interativa, que pode ser prolongada infinitamente. "É como entrar em uma galáxia", diz Aguilar.
Jesús Soto forma com Carlos Cruz-Diez (que inaugura mostra em São Paulo, na Raquel Arnaud, no dia 11) a dupla mais importante das artes venezuelanas em atividade. Ambos dividiram com Gego uma experiência construtivista, à qual somaram o cromatismo como forma de perturbar o olhar.

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