São Paulo, segunda-feira, 6 de maio de 1996
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Ieltsin pode adiar eleição russa, diz líder neocomunista Ziuganov

Assessor presidencial se diz a favor de um adiamento

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O líder do Partido Comunista da Rússia, Guennadi Ziuganov, disse em entrevista publicada ontem que Boris Ieltsin pode adiar a eleição presidencial de 16 de junho por medo de perdê-la.
"As autoridades estão prontas para tirar dos cidadãos o direito de corrigir a atual situação pelas urnas", disse ao "Pravda" o neocomunista, que lidera a maioria das pesquisas.
Em declarações ao jornal dominical britânico "The Observer", Alexander Korjakov, um dos assessores de maior confiança de Ieltsin, disse ser favorável ao adiamento da eleição.
"Precisamos de estabilidade", disse o chefe da segurança de Ieltsin. "Se a eleição acontecer, não há como evitar conflito."
Confrontado com as afirmações de Korjakov, um porta-voz do governo russo reafirmou que a votação acontecerá na data prevista.
A eleição polariza a Rússia. Segundo a última pesquisa do instituto VTsIOM, Ziuganov tem 27% da preferência do eleitorado, contra 21% para Ieltsin.
O apoio a Ziuganov cresce entre as camadas mais pobres e nas zonas rurais por causa da crise econômica decorrente da transição para o capitalismo após o fim da União Soviética, em 1991.
Já Ieltsin conta com apoio nas grandes cidades, além da discreta ajuda que recebe de países ocidentais, que temem o PC no poder.
Uma ameaça aos dois seria uma aliança entre o economista liberal Grigori Iavlinski, o general reformado Alexander Lebed e o oftalmologista e empresário Sviatoslav Fiodorov -que estaria sendo formada, segundo noticiou o jornal "Izvestia".

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