São Paulo, terça-feira, 7 de maio de 1996
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Celular teria ficado com vítima

ROGERIO WASSERMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

Márcia Maleckas Carrasco diz que teve de pedir dinheiro a um agiota para comprar quatro computadores que ela havia vendido e que foram roubados.
"O prazo de entrega estava chegando e eu não tinha dinheiro", disse ela, que fazia negócios com computadores para pagar a mensalidade da faculdade de engenharia, de R$ 270,00.
Márcia diz que pegou R$ 10 mil emprestados em fevereiro do ano passado com um agiota conhecido como "Espigão" ou "Carioca", na praça da República (centro de São Paulo), a quem teria visto uma única vez. "Depois de dois, três meses, eles queriam R$ 30 mil, R$ 40 mil", disse.
"Eles descobriram meu telefone, onde eu estudava, onde tomava ônibus, e ficavam me seguindo todo o tempo", disse.
Segundo ela, dois homens encapuzados a espancaram duas vezes em um ponto de ônibus do parque Dom Pedro.
O carro do namorado também teria sido roubado pelos agiotas. Ela diz que não deu queixa porque ficou com medo de que algo acontecesse à sua família.
Márcia diz que os agiotas haviam pedido a ela e ao namorado que matassem a mãe da garota, levada até Bragança. "Nós não teríamos coragem de fazer isso, largamos ela na estrada", disse.
Amarrada
Márcia diz que não maltratou Vanessa em nenhum momento. Segundo ela, a menina teria ficado amarrada com arame pelo pé direito ao banco do Golf de sua mãe. "Ela estava calma e não chorou em nenhum momento", disse.
Márcia diz que os agiotas haviam pedido a ela que a deixasse amarrada e amordaçada, mas que a deixou solta para ela poder estudar.
Vanessa teria ficado sozinha no carro durante toda a madrugada de sexta-feira, enquanto Márcia e o namorado voltavam para passar a noite em São Paulo.
"Os agiotas disseram que estariam vigiando a menina com cachorros e que a matariam se ela tentasse fugir", disse.
Segundo ela, a menina foi deixada com o celular da mãe no carro, mas que provavelmente ela não usou por não haver sinal para o telefone em Munhoz (sul de Minas), local do sítio abandonado.
Márcia diz que deixou também um pacote de salgadinhos e uma garrafa de refrigerante.
(RW)

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