São Paulo, terça-feira, 7 de maio de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mercado brasileiro atrai novas empresas

FÁTIMA FERNANDES
ENVIADA ESPECIAL A CHICAGO

Indústrias norte-americanas de suco, derivados de carne e enlatados estão se preparando para entrar no mercado brasileiro.
Pelo menos sete empresas que participam da SMI'96, feira que reúne os maiores fornecedores de supermercados do mundo, confirmam o interesse no Brasil.
A Mistic Brands, fabricante de sucos, por exemplo, está se associando com a Lindoya Verão para colocar no país sucos com sabores tropicais -pêra, mamão papaia etc.-, além de chás gelados.
A partir do ano que vem a empresa programa vender 200 mil caixas -cada uma com 24 garrafas- no Brasil, informa Donna M. Bimbo, diretora de negócios.
Inicialmente, a Mistic vai trazer os sucos dos Estados Unidos. Mas em seis meses eles serão produzidos nas instalações da Lindoya.
Outra que estuda brigar pela venda de sucos no Brasil é a Nantucket Nectars. Quer parceiros brasileiros ainda neste ano.
Acaba de iniciar a construção de fábricas no México e em El Salvador. "Temos agora grande interesse no Brasil", diz Luis Zavala, diretor da divisão internacional.
Novidades da feira
Firmino Rodrigues Alves, presidente da Apas (Associação Paulista dos Supermercados), presente na SMI'96, está surpreso com as novidades das indústrias na linha de "soft drinks" e com o interesse delas em vender no Brasil.
Algumas empresas norte-americanas de alimentos começam agora a testar o mercado nacional para preparar futuros investimentos.
Um exemplo é a Wakefern Food Corp., dona de um faturamento anual da ordem de US$ 6 bilhões por ano, forte na linha de biscoitos, vegetais em conserva, "soft drinks" etc.
A empresa acaba de acertar com a rede de supermercados Pão de Açúcar a venda exclusiva no Brasil da sua linha de produtos, informa William E. Clark, que cuida da divisão de vendas. "O potencial do mercado brasileiro é grande."
A Tropicana, divisão de sucos da Seagrams, também vê o Brasil como um mercado atraente. Tanto que decidiu mudar da Argentina para o Brasil a sede para cuidar dos negócios da América Latina.
A Farmland Foods, que fatura US$ 1,5 bilhão anuais com a venda de derivados de carne, quer em dois anos estar pronta para ter a sua linha de produtos no Brasil.
Rick Carlson, diretor internacional de vendas, diz que chegou a estudar a entrada no Brasil há alguns anos, mas desistiu porque a lucratividade era pequena. Agora, com a inflação controlada, quer testar o mercado. "Queremos ter um distribuidor no país. Depois podemos até pensar numa fábrica."
A Hormel Foods, que vende US$ 3 bilhões por ano em alimentos processados, já exporta para o Brasil por meio de terceiros.
Rick Barghini, gerente geral para a América Latina, diz que quer um sócio brasileiro para aumentar as vendas no Brasil e está conversando com algumas empresas.
A Hussmann, fabricante de equipamentos para refrigeração, está negociando contrato de licença com a Fast Frio para a produção de suas máquinas no país.

A jornalista Fátima Fernandes viajou a Chicago a convite da Abras.

Texto Anterior: Indústria de São Paulo fecha mais 13.010 vagas em abril
Próximo Texto: Comércio da ZF poderá importar até US$ 300 mi
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.