São Paulo, quarta-feira, 8 de maio de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Caixa Econômica Federal recebe R$ 1,6 bi do Proer
CARI RODRIGUES
Para fechar o negócio, o governo editou duas portarias suspendendo por 60 dias os registros do Econômico e da CEF no Cadin (lista de inadimplentes junto à União). A existência de débitos junto ao Cadin impede que a instituição receba empréstimo do setor público. O acordo entre a CEF e o Econômico "velho" e as portarias foram assinadas no mesmo dia, 2 de maio. A carteira imobiliária do Econômico foi rejeitada pelo Excel, que comprou a parte "saudável" do banco baiano. A CEF assumiu 39.722 contratos de mutuários, com prazo médio de oito anos, para quitação do restante de suas dívidas. Os débitos desses mutuários junto ao Econômico serão quitados, agora, junto à CEF. Em função do abatimento, a CEF precisaria, teoricamente, de R$ 872 milhões do Proer para comprar a carteira. Entretanto, a linha do Proer chegou ao valor total da carteira para que a CEF ficasse com os R$ 814 milhões líquidos. Essa foi uma condição exigida pela CEF para assumir a responsabilidade de cobrar dos mutuários as prestações da casa própria. Na prática, o valor liberado foi uma antecipação de recursos que serão pagos pelos mutuários. Mico O BC, que administra o Econômico "velho", recebeu R$ 2,023 bilhões em títulos como garantia para o empréstimo à CEF. As linhas do Proer devem ter como garantia 120% em títulos acima do valor dado como empréstimo. Ou seja, o BC repassou ativos do Econômico "velho" de relativa garantia -mutuários que estão pagando prestações da casa própria- em troca de títulos que valem menos que seu valor de face. A CEF diz possuir R$ 5,3 bilhões em FCVS para dar como garantia, títulos do FND (Fundo Nacional de Desenvolvimento) e Siderbrás, mas não informou se eles entraram na negociação. Todos são considerados "moedas podres" e têm um deságio (desconto) no mercado de até 60%. Na prática, o BC liberou R$ 1,686 bilhão e recebeu como garantia papéis "podres". Voltaram para o BC, administrador do Econômico "podre", R$ 872 milhões. Texto Anterior: Comissão interdita terreno do DNER Próximo Texto: Grevistas doam bananas em ato Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |