São Paulo, quarta-feira, 8 de maio de 1996
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'Megaconsórcio' poderá comprar a Light

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

A GTD Participações, empresa criada para os fundos de pensão participarem da privatização da Escelsa, tenta costurar um "acordão" entre os interessados em adquirir a Light no leilão de privatização marcado para o dia 21.
A informação é de José Valdir Reis, presidente da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), uma dos acionistas da GTD, para quem o objetivo é "atingir grande parte dos interessados" na compra da Light.
A empresa poderá ficar fora do programa de venda de estatais por um ano, caso fracasse a tentativa de privatização no dia 21.
O "acordão" está sendo costurado entre os fundos de pensão, CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), EDF (Eletrecité de France), Houston Power (dos EUA), e grupo Iven (que reúne os bancos Bozano, Simonsen e Pactual).
Entre os interessados há o sentimento de que a empresa será vendida pelo preço mínimo, estimado em R$ 2,43 bilhões. No leilão, serão colocadas à venda 60% das ações, correspondente aos R$ 2,43 bilhões. Toda a empresa está avaliada em cerca de R$ 3,7 bilhões.
A pré-qualificação dos investidores interessados na Light está marcada para amanhã na CLC (Câmara de Liquidação e Custódia) da Bolsa de Valores do Rio.
A afirmação sobre a retirada da empresa do programa de privatização por um ano foi feita ontem, em audiência no Senado, pelo presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros, e pela responsável pelo programa de privatização no banco, Elena Landau.
Landau disse que o limite para uso de títulos de baixa cotação, conhecidos como "moedas podres", será de 30% na compra de ações da empresa. Segundo ela, "vários consórcios" estão interessados na compra das ações da empresa.
Vale O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deverá exigir pagamento somente em dinheiro na privatização da CVRD (Companhia Vale do Rio Doce).
A venda pode render entre R$ 4,5 bilhões e R$ 5 bilhões. Mendonça de Barros disse que a "posição da maioria das pessoas envolvidas no processo" é exigir que o pagamento seja feito "em dinheiro".
Segundo o presidente do BNDES, o governo deve adotar o modelo francês de privatização, pelo qual seriam pulverizadas parte das ações e cerca de 25% a 30% seriam vendidas em blocos, a grupos selecionados.
Mendonça de Barros afirmou ainda que "no edital poderia ser proibida formalmente a participação de concorrentes e clientes da empresa" no grupo que irá deter o controle acionário da Vale.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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