São Paulo, quarta-feira, 8 de maio de 1996
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Produção industrial tem queda de 9,3% até março

DA SUCURSAL DO RIO

A produção industrial brasileira caiu 9,3% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, informou ontem o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em março, a queda foi de 12,43%. Em comparação com o mês anterior, o recuo foi de 0,8%.
"Provavelmente, foram estoques desovados e não renovados", disse Sílvio Sales, do IBGE.
Recuo generalizado
Desde dezembro, o recuo da atividade industrial acumulado foi de 2,8%. Houve queda em todos os setores, com destaque para a área de bens de capital, em que a diminuição foi de 5%.
A queda também ocorreu nos segmentos de bens de consumo duráveis e semiduráveis (-3,1%), bens intermediários (-2,8%) e duráveis (-3,1%).
Para Sales, a queda era esperada porque a base de comparação é alta. O que surpreendeu foi a proporção do recuo. Ele prevê alguma recuperação neste trimestre.
Segundo o IBGE, 17 dos 20 ramos industriais pesquisados apresentaram retração. Na comparação com março do ano passado, o recuo foi de 35% no setor mecânico, de 12,15% no metalúrgico, de 19% no de material de transporte e de 21,3% no têxtil.
Na área de bens de capital, a queda foi de 32,7%; na de bens intermediários, de 9,5%; na de semiduráveis e não-duráveis, de 7,9%; e de bens de consumo, de 5%.
O recuo atingiu particularmente a indústria do vestuário (-21,2%) e a farmacêutica (-21%).
As exceções
No primeiro semestre de 1996, apenas quatro setores ampliaram sua produção, na comparação com o mesmo período do ano passado: fumo (15,8%), alimentos (7,9%), extrativo mineral (5,2%) e perfumaria (2,6%).
Dentro do setor de indústria mecânica, as fábricas de máquinas e equipamentos agrícolas diminuíram sua produção em 57,1% no período. Também caíram a produção de bens de capital seriados (-30,6%) e sob encomenda (-22,3%), construção naval (-51,8%) e caminhões pesados (-30,2%).
Subiram a produção de aparelhos de TV em cores (43,7%) e de automóveis (6,1%). A área de bens de consumo duráveis cresceu 1,1%. Sales disse que para 1996 o mais provável é que o crescimento industrial seja de 1,7%.

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