São Paulo, quarta-feira, 8 de maio de 1996
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Negros vivem pesadelo em "Sonho..."

EDSON FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

"Sonho Americano" é mais um filme sobre negros que fica apenas no diagnóstico, sem apresentar perspectivas. Dividido em três episódios, o filme tem um resultado desigual, com as duas primeiras histórias bem envolventes.
Batizado de "Grande Canção Negra", o primeiro episódio mostra negros se dando mal no Alabama de 1938. O segundo, "O Menino que Pintou Cristo Negro", e o terceiro, "A Reunião", só mudam os locais (Geórgia e Chicago) e as datas (1948 e 1958).
O fato de ter sido produzido para a TV deixa aquela impressão de coisa feita às pressas. Grandes nomes, como Danny Glover e Wesley Snipes, são postos em uma camisa-de-força interpretativa. Quem se deu melhor foi Glover. No primeiro episódio, ele faz um camponês que flagra a mulher transando com um caixeiro-viajante branco.
No episódio seguinte, Snipes é o diretor de escola que é nomeado pelos brancos para "domesticar certos animais selvagens". Exagerado, ele representa como se estivesse em um teatro.
A terceira parte mostra uma pianista de jazz que sonha em se vingar da patroa, que não a deixava tocar o piano da casa. Se os episódios anteriores pelo menos pretendem extrair do particular algo mais universal, esse fica apenas no campo da picuinha pessoal.

Vídeo: "Sonho Americano"
Direção: Kevin Rodney Sullivan, Bill Duke e Paris Barclay
Distribuição: PlayArte (tel. 011/575-6996)

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