São Paulo, quarta-feira, 8 de maio de 1996 |
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Pretensioso "Seven" não se aprofunda em conflitos
MARILENE FELINTO
Os detetives Somerset (Morgan Freeman) e Mills (Brad Pitt) caçam um serial killer lendo nada menos do que as histórias do "Canterbury Tales", de Chaucer, a "Divina Comédia", de Dante, e a poesia do "Paraíso Perdido", de Milton. Mas fica tudo na promessa. Para encontrar um assassino que comete crimes inspirados nos sete pecados capitais, a dupla de detetives se junta, meio a contragosto no início. Um é negro e experiente; o outro, branco, jovem e idealista. Experiência e ideal não bastam para capturar o maníaco que vai escolhendo suas vítimas em pessoas que ele julga exemplares vivos de cada um dos sete pecados. O assassino leva vantagem o tempo todo. Começa pelo pecado da gula, escolhe um homem de mais de 200 quilos, domina-o e obriga-o a comer até morrer. Para o pecado da preguiça, ataca um vagabundo, amarra-o numa cama e deixa-o ir aos poucos morrendo à míngua. As cenas em que a polícia encontra as vítimas são algo escatológicas. A idéia é de que o maníaco está pregando seu próprio sermão na sociedade pecadora e corrupta e aplicando-lhe um castigo. Todo o suspense está em que os detetives achem o matador antes que ele consiga executar os outros pecados da lista -cobiça, vaidade, ira, luxúria e inveja. Mas o filme acaba perdido na pretensão intelectual, gira em torno do próprio tema, sem aprofundar conflitos nem fazer suspense. Vídeo: Seven - Os Sete Crimes Capitais Direção: David Fincher Elenco: Morgan Freeman e Brad Pitt Lançamento: PlayArte (tel. 011/575-6996) Texto Anterior: "Sorrisos..." revela a leveza do jovem Bergman Próximo Texto: Negros vivem pesadelo em "Sonho..." Índice |
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