São Paulo, quarta-feira, 8 de maio de 1996
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Crescimento da rede muda as regras da boa conduta

MARIA ERCILIA
DA FOLHA ONLINE

Novos sistemas, novos problemas. A adoção do correio eletrônico por uma quantidade cada vez maior de pessoas físicas e jurídicas traz questões de etiqueta nunca cogitadas. Deve-se escrever um mail no mesmo tom de uma carta? A secretária deve cuidar do mail?
Os usuários desenvolvem as definições mais variadas do que é polido na comunicação eletrônica.
Para o produtor de jingles Dudu Marote, usuário da rede desde agosto do ano passado, nada é pior que receber propaganda indesejada na sua caixa postal.
"Já por mail só tive contato com gente muito educada", afirma. "Até formal demais."
Para o diretor de vídeo Marcelo Tas, usuário há três anos, má educação inclui demorar demais para responder mails, ser muito formal e mandar mensagens muito longas, com cara de carta. Na mesma categoria, "colocar você numa lista que você não pediu".
Quando o perfil do usuário da Internet era uniforme, há até cerca de três anos (leia-se: antes de a rede virar moda), havia um certo código de comportamento -veja o quadro abaixo- que era transmitido de usuário para usuário. Agora, a etiqueta varia conforme o tipo de usuário -como na vida real.
Para Adriano Rodrigues, estudante de matemática da USP, usuário da Internet há três anos, "os usuários antigos eram uma elite, o acesso era mais restrito. Os usuários novos são diferentes. Mas isso é natural quando o público aumenta; espero que todos possam ter acesso".
Para ele, ter mensagens pessoais divulgadas em conferências públicas sem sua autorização é o cúmulo da grosseria.
Por enquanto, os usuários brasileiros (300 mil, segundo o Comitê Gestor Internet) não reclamam de problemas sérios com congestionamento de mail.
O jornal "The New York Times" publicou reportagem sobre os efeitos da redução de secretárias e implantação de correio eletrônico nas empresas. Conclusão: os empregados estão sobrecarregados pelo e-mail, que em vez de facilitar a vida começa a complicar...

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