São Paulo, quarta-feira, 8 de maio de 1996
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Prioridade para ensino básico; Notícia incompleta; Estranheza; Microempresários; Resgate de valores; Esclarecimento; Inadmissível; Contra-exemplo

Prioridade para ensino básico
"Nossas sinceras congratulações à Folha pelo conjunto de reportagens publicado na edição de 5/5 sobre a situação da educação no país.
Consideramos especialmente relevante a posição do jornal manifestada no editorial de primeira página da edição de 7/5, quanto à ausência de priorização do ensino básico.
Esperamos que essas iniciativas estimulem governo e sociedade a intensificarem a busca de parcerias para mudar definitivamente o rumo da educação no país, de modo a proporcionar a todos os brasileiros as ferramentas indispensáveis ao exercício da cidadania e da democracia."
Jack Strauss, coordenador-geral do PNBE -Pensamento Nacional das Bases Empresariais (São Paulo, SP)
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"Essa história de tirar recursos do ensino superior para desviá-los ao ensino básico nada mais é que uma manobra para elitizar ainda mais o ensino neste país, abrindo ainda mais à iniciativa privada a penetração nos cursos superiores.
Fico muito chateado pelo fato de a Folha ter, ingenuamente, encampado a proposta do Ministério da Educação a ponto de dedicar um editorial na primeira página de 7/5 a repetir -com pequenas modificações- o discurso elitista do sr. Paulo Renato."
Lázaro Chaves (São José do Rio Pardo, SP)

Notícia incompleta
"Em reportagem publicada na edição do último dia 6 de maio, página 8, do caderno Brasil, sobre avaliação de pesquisa de opinião das eleições municipais de 1996, a reportagem desta Folha opina sobre minha gestão à frente da Prefeitura de São José dos Campos sem ao menos ouvir-me.
O texto, em seu segundo parágrafo, na segunda coluna, afirma taxativamente que 'a gestão da prefeita Angela Guadagnin foi minada por denúncias de corrupção...'.
A Folha não fala em momento algum que as denúncias foram feitas por políticos oposicionistas, insatisfeitos com o modo de governar da prefeita.
A política de inversão de prioridades e de acabar com privilégios antes conseguidos por alguns parlamentares levou alguns dos vereadores a atacarem e denunciarem, sem o mínimo embasamento. Mesmo assim, todas as denúncias foram exaustivamente apuradas, e nada foi provado.
Ao contrário do que diz a Folha, a administração tem se pautado por realizar uma gestão transparente, apurando e punindo com severidade as eventuais irregularidades apontadas em São José dos Campos.
Minha gestão foi bombardeada, sim, mas isso não abalou a popularidade da minha administração. Ao contrário, hoje apareço, de acordo com a pesquisa do Datafolha, com um índice de 74% de popularidade, entre ótimo, bom e regular."
Angela Guadagnin, prefeita de São José dos Campos pelo PT (São José dos Campos, SP)

Estranheza
"A reportagem de 5/5 dando conta de que o prefeito de Londrina ameaça deixar o partido, o PT, é absolutamente fora de propósito e de responsabilidade única do correspondente José Maschio.
Em nenhum momento, em 15 anos de militância partidária, fiz tal afirmação em público ou em particular. O que também causa estranheza e apreensão é que o título da reportagem nada tem a ver com as minhas declarações em seu conteúdo.
Dessa forma, entendo que o jornalista irresponsavelmente emitiu uma opinião particular que, além de inverídica, insinua, especula e ofende."
Luiz Eduardo Cheida, prefeito de Londrina pelo PT (Londrina, PR)

Resposta do jornalista José Maschio
- Após a prévia, o prefeito petista mencionou sua intenção de deixar o PT durante reunião com auxiliares, contatados pela Agência Folha.

Microempresários
"Alguém tem que dizer ao governo que o barato, para quem não pode comprar, é caro. Essa política criminosa de juros altos está acabando com os pequenos empresários."
Walter Maia (Salvador, BA)

Resgate de valores
"Venho agradecer o jornalista Otavio Frias Filho pelo artigo publicado em 2/5 na Folha, página 1-2 , 'Pela hora da morte'. Ao ver, pela primeira vez, a propaganda dos corações expostos, tive um desagradável e indefinido impacto.
Como tenho muita sensibilidade em relação à questão racial/étnica, algo estranho ressoou. A dúvida -seriam de boi ou de porco ou, se de gente, então como?-, partilhei com meus filhos. Fiquei com o estranhamento.
O artigo ajudou-me a compreender meus sentimentos -nada cordiais- em relação aos corações e recordou-me do que vivera há exatos três anos.
Em outro dia 2 de maio, a administradora do cartão de crédito fez chegar pontualmente às minhas mãos a seguinte mensagem: 'Hoje é um dia feliz, parabéns! Existiria dia melhor que seu aniversário para lembrar dos seus e fazer-lhes um presente? Apenas com um telefonema faça seu seguro de vida/acidentes, porque nada é eterno!'.
Ato contínuo, indicava quanto poderia valer minha vida, além dos habituais detalhes de quanto receberia por invalidez de um dedo, meio ou terço de dedo, com detalhes complementares (polegar, indicador etc.), braços, olhos etc. Naquela época, levei a 'correspondência' para a sala de aula e trabalhei o 'conteúdo' com minha turma de pós-graduação, nos estudos de identidade e educação. Uma experiência e tanto!
Além do artigo de Otavio Frias Filho de 2/5, que estou guardando para uso didático, também o artigo de 3/5, de Marcelo Coelho, sobre 'ser si mesmo', completou um espaço precioso de reflexão.
Saiba que é consolador, em meio a esse mundo de violências e 'jogadas', de irresponsabilidades e oportunismos, de aeróbicas e propagandas -tudo tão voltado para o que é 'outdoorizado', reificado, mercantilizado- encontrar uma forma de partilhar, no mundo exterior, caminhos que percorram os labirintos interiores do que andamos nos fazendo a nós, seres humanos.
Sem dúvida, essa é uma forma eficaz de cooperar na busca da recuperação, em campo público, de valores e sentido."
Roseli Fischmann, professora da Faculdade de Educação da USP -Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Esclarecimento
"Nós, alunos do segundo ano noturno da Faculdade de Direito da USP, temos a obrigação de esclarecer a falsa conotação política que o prefeito Paulo Maluf ('Painel do Leitor', 4/5) atribuiu ao movimento de boicote às aulas da professora Mônica Caggiano.
O motivo que levou à solicitação do afastamento dessa professora é a baixa qualidade de suas aulas, o descumprimento do programa da matéria e a inabilitação legal de sua assistente."
Cláudio Alves Barreira, representante de classe do segundo ano noturno da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Inadmissível
"Não acho admissível a exibição gratuita de modelos masculinos urinando ou ajeitando cueca na triste seção social de 28/4."
Flavio Fernandes Junior (São Paulo, SP)

Contra-exemplo
"Recado para Glória Perez: foi hilário o último capítulo de 'Explode Coração', uma novela onde os vilões se deram muito bem e os bons, mais ou menos."
Rita Oliveira (Uberaba, MG)

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